RESUMO Objetivo Determinar a porcentagem de correlação do Índice Orbitário (IO) na estimativa do sexo, da ancestralidade e da idade em crânios brasileiros. Métodos Estudo de corte transversal de 183 crânios secos humanos do sudeste brasileiro. No total, 100 esqueletos eram homens e 83 mulheres; dos quais 36 tinham até 39 anos, 60 tinham entre 40 e 59 anos e 87 tinham 60 anos ou mais. Quanto à ascendência, 103 eram brancos, 51 pardos e 29 negros. O IO foi calculado pela fórmula = altura / largura x 100. Os dados foram submetidos aos testes t de Student, F (ANOVA), Tukey e Kruskal Wallis, bem como à análise discriminante, com nível de significância de 5%. Resultados A amostra foi caracterizada como mesoseme, com média de idade de 56,62 (± 19,97) anos. Não houve diferença significativa (p = 0,511) entre o IO no sexo feminino (direita: 86,43 ± 6,58 e esquerda: 86,70 ± 5,93) e do sexo masculino (direita: 85,78 ± 6,69 e esquerda: 86,37 ± 6,20). Não houve diferenças significativas entre idade, ancestralidade e as variáveis analisadas (p> 0,05). As larguras orbitais direita e esquerda foram significativamente dimórficas entre os sexos (p <0,001). A porcentagem de acerto do método para estimativa de sexo, idade e ancestralidade foi de 65,6%, 43,7% e 43,6%, respectivamente. Conclusão O IO não é um método apropriado para estimativa de sexo, ancestralidade e estimativa de idade nesta amostra brasileira. A metodologia deve ser expandida para outros grupos populacionais para que possa ser aperfeiçoada.
ABSTRACT Objetive To determine the percentage of correctness of the Orbital Index (OI) for estimation of sex, ancestry and age in Brazilian skulls. Methods Cross-sectional study of 183 human dry skulls from the southeastern Brazil. A total of 100 skeletons were males and 83 females; of which 36 were aged up to 39 years, 60 aged between 40 and 59 years, and 87 aged 60 years or older. As for ancestry, 103 were from white, 51 mixed race, and 29 black individuals. The OI was calculate by the formula = height/width x 100. The data were submitted to Student’s t test, F (ANOVA), Tukey and Kruskal Wallis tests as well as to discriminant analysis, with a 5% significance level. Results The sample was characterized as mesoseme, with a mean age of 56.62 (±19.97) years. No significant difference was observed (p=0.511) between the OI in females (right: 86.43 ± 6.58 and left: 86.70 ± 5.93) and males (right: 85.78 ± 6.69 and left: 86.37 ± 6.20). There were no significant differences between age, ancestry and the variables analyzed (p>0.05). The right and left orbital widths were significantly dimorphic between sexes (p<0.001). The percentage of correctness of the method for estimation of sex, age and ancestry was found to be 65.6%, 43.7%, and 43.6%, respectively. Conclusions The OI is not an appropriate method for estimation of sex, ancestry and estimation of age in this Brazilian sample. The methodology should be expanded to other population groups so that it can be improved.