O objetivo do artigo foi abordar o problema da integração entre epidemiologia e ciências humanas e sociais no contexto da integração das ciências. A epidemiologia, anteriormente ao surgimento da medicina moderna, apresentava uma cosmovisão que concebia processos de saúde e doença integrados a aspectos geográficos, históricos, econômicos e sociais. A dissociação que marcou seu desenvolvimento posterior foi decorrente das concepções de corpo e doença construídas pelas ciências da vida e medicina moderna. Para pensar a integração entre ciências humanas e sociais e epidemiologia, na sua ligação com a biologia, é necessário interrogar a cisão entre natureza e cultura, inscrita no desenvolvimento das ciências. O conceito de normatividade vital, proposto por Canguilhem, e a discussão de Bohr sobre as relações entre física atômica, biologia e unidade do conhecimento são tratados com a perspectiva de refletir sobre desafios contemporâneos da integração entre as ciências.
The objective of the article was to broach the problem of integration between epidemiology and human and social sciences, within the context of integration of the sciences. Before the emergence of modern medicine, epidemiology held a worldview that conceived of health and disease processes as integrated with their geographic, historical, economic and social aspects. The dissociation that marked its subsequent development resulted from concepts of the body and disease that were constructed by the life sciences and modern medicine. To reflect on the integration between human and social sciences and epidemiology in relation to their connection with biology, the nature-culture divide inscribed in the development of the sciences needs to be questioned. The concept of normativity of life, proposed by Canguilhem, and the discussion by Bohr on the relationships between atomic physics, biology and unity of knowledge are dealt with from the perspective of reflecting on contemporary challenges for integration among the sciences.
El objetivo del artículo fue abordar el problema de la integración entre epidemiología y ciencias humanas y sociales en el contexto de la integración de las ciencias. La epidemiología, anteriormente al surgimiento de la medicina moderna, presentaba una cosmovisión que concebía procesos de salud y enfermedad integrados a aspectos geográficos, históricos, económicos y sociales. La disociación que marcó su desarrollo posterior fue resultado de las concepciones de cuerpo y enfermedad construidas por las ciencias de la vida y medicina moderna. Para penar la integración entre ciencias humanas y sociales y epidemiología, en su relación con la biología, es necesario interrogar la ruptura entre naturaleza y cultura, inscrita en el desarrollo de las ciencias. El concepto de normatividad vital, propuesto por Canguilhem, y la discusión de Bohr sobre las relaciones entre física atómica, biología y unidad de conocimiento son tratados con la perspectiva de reflexionar sobre los desafíos contemporáneos de la integración entre las ciencias.