RESUMO Objetivo: analisar o perfil das teleconsultorias de fonoaudiologia realizadas em serviço público de telessaúde de larga escala em Minas Gerais. Método: foram analisadas todas as teleconsultorias consecutivas de fonoaudiologia realizadas de fevereiro de 2011 a maio de 2014. As teleconsultorias foram agrupadas de acordo com tipo de dúvida, profissional solicitante e área de atuação fonoaudiológica. Resultados: as 259 teleconsultorias realizadas no período do estudo foram originadas de 81 municípios. A maior demanda de teleconsultorias foi dos próprios fonoaudiólogos (64,5%), seguidos de enfermeiros (27,0%) e médicos (5,0%). A maior parte das dúvidas eram assistenciais (81%), sendo que, destas, 35% eram para auxílio na definição diagnóstica e 65% para discussão de procedimentos e sugestão de condutas terapêuticas. Esta proporção foi semelhante, independente da formação do profissional solicitante: fonoaudiólogo e não fonoaudiólogo (65,7% vs. 64,9%, p=1,00). A maioria das dúvidas estava relacionada à área da linguagem (47%) e à motricidade oral (29%), seguidas de voz (20%), audiologia (18%), disfagia (10%) e saúde pública (3%). Conclusão: neste estudo, foi observado que a maioria das dúvidas para o serviço de teleconsultorias em fonoaudiologia estavam relacionadas à área da linguagem, mas há demanda em todas as áreas de abrangência da profissão. Embora o uso da teleconsultoria em fonoaudiologia seja ainda incipiente, observa-se grande potencial de utilização deste instrumento na prática clínica.
ABSTRACT Purpose: to analyze the profile of Speech, Language and Hearing Sciences teleconsultations of a large scale public telehealth service in Minas Gerais, Brazil. Methods: all Speech-Language Pathology teleconsultations performed from February 2011 to May 2014 were assessed and classified according to the type of questions, professional who sent the solicitation and the speech-language pathologist area of expertise. Results: the 259 teleconsultations performed during the study period were originated from 81 cities. The majority of the solicitations were originated from speech-language pathologists (64.5%), followed by nurses (27.0%) and physicians (5.0%), and were related to patients' assistance (81%). Among these, 35% were about diagnosis and 65% about discussion of procedures and therapeutic approaches. There was no difference with regards to the type of solicitation and healthcare practitioner, whether speech-language pathologist or not (65.7% vs. 64.9%, p=1.00). The majority of the questions were about language (47%), followed by oral motor functions (29%), voice (20%), audiology (18%), dysphagia (10%) and public health (3%). Conclusion: in this study, the majority of the solicitations to a Speech, Language and Hearing Sciences teleconsultation service were about language, although there was demand for all fields. Although the use of teleconsultations in Speech-Language Pathology, is still in its early stages there is great potential for using this tool in clinical practice.