Resumo O objetivo deste estudo foi avaliar as características das florestas de um manguezal urbanizado, usando estrutura da vegetação e fatores abióticos para distinguir a heterogeneidade/qualidade do habitat. Foram selecionadas 16 áreas na Baía de Vitória, nas florestas de franja e de bacia. Os dados avaliados foram altura, DAP, área basal, densidade, dominância, água intersticial, litter mass, granulometria, matéria orgânica e influência antrópica. Os resultados indicam que o manguezal, por sofrer intensamente com diversos impactos antrópicos, apresenta bosques com diferentes graus de maturidade e heteregeneidade estrutural. Áreas mais distantes de impactos antrópicos diretos apresentam bosques com maior grau de desenvolvimento e qualidade ambiental em relação aos pontos mais próximos a pressões urbanas. Níveis intermediários de desenvolvimento também foram observados, indicando pulsos de alterações ambientais. Em escala local, as intervenções humanas provocaram alterações no desenvolvimento do bosque, amplificando a taxa de mortalidade e reduzindo o diâmetro e altura das florestas. As variáveis ambientais salinidade, matéria orgânica, litter mass, granulometria e os tensores antrópicos contribuíram para explicar os padrões estruturais da vegetação. Nossos dados sugerem que a análise da estrutura da vegetação e os fatores abióticos analisados são indicadores úteis para avaliar a qualidade do habitat, fornecendo uma base para gestão futura.
Abstract The objective of this study is to evaluate the characteristics of the forest in an urbanised mangrove using vegetation structure and abiotic conditions to distinguish habitat heterogeneity/quality. A total of 16 points in Vitória Bay were selected in the fringe and basin forests. The variables evaluated were height and diameter of the individual trees, basal area, density, dominance, interstitial water, litter mass, grain size, organic matter and anthropogenic influences. The results indicated that the mangrove area, due to suffering intensely from various anthropogenic effects, forests with varying degrees of maturity. Areas more distant from direct human effects had a higher degree of development and environmental quality relative to points closer to urban pressures. Intermediate development levels were also observed, which indicated pulses of environmental change. Human interventions caused alterations in the development of the forest which increased the mortality rate and reduced the diameter and height of the trees. The environmental variables of salinity, organic matter, litter mass, grain size and anthropogenic stressors contributed to the structural patterns. Our data suggest that an analysis of the vegetation structure and the abiotic factors are useful indicators to evaluate habitat quality, thus providing a basis for future management.