A Relação Médico-Paciente (RMP) vai além do encontro situacional entre esses dois intérpretes, algo maior do que fazer perguntas e exames físicos, receitar medicamentos e prescrever condutas. Estudos sugerem que a RMP mescla habilidades técnicas e pessoais. Frente ao dissabor de atuações médicas homogeneizantes que ignoram a pessoalidade intrínseca de cada vivente, a empatia surge de forma prática na RMP para promover grandes avanços diametralmente opostos a estas práticas. Empatia, no contexto médico, remete à sensibilização do médico pelas mudanças sentidas e refletidas, momento a momento, pelo paciente. Talvez a empatia encontre seu significado mais compreensível na célebre frase de Ambroise Paré: "curar ocasionalmente, aliviar frequentemente e consolar sempre". Considerando que a empatia pode enriquecer a prática médica, pode-se cogitar a possibilidade de ensinar a ser empá tico ou discutir a importância da empatia sob a ótica de docentes do curso de Medicina. Para isto, este artigo aborda, de maneira qualitativa, a empatia e sua importância na RMP para a formação de novos médicos numa universidade pública e discute sua transmissibilidade.
The physician-patient relationship (PPR) extends beyond the specific clinical encounter between two individuals, involving more than asking questions, performing a physical examination, and prescri bing medication and personal care. Studies suggest that the PPR is a mixture of technical and personal skills. Given the unpleasantness of homogenized clinical approaches that ignore each individual's in trinsically personal nature, empathy emerges as a diametrically opposed approach capable of fostering important progress in the PPR. In the clinical context, empathy refers to the physician's sensitivity towards the changes that are felt by and reflected in the patient, moment by moment. The meaning of empathy is probably best expressed in the famous quote by Ambroise Paré: "Cure occasionally, relieve often, console always." If empathy can enhance medical practice, one should consider the possibility of teaching how to be empathetic or discussing the importance of empathy from the perspective of medical professors. The current article thus takes a qualitative approach to empathy and its impor tance in the PPR for training new physicians at a public university, while specifically discussing the possibility of teaching empathy.