Objetivos: Analisar a relação entre a Qualidade de Vida (QdV) e os seguintes fatores: género, idade, índice de massa corporal, estado civil, situação profissional, volume expiratório forçado no 1.º segundo, ansiedade, depressão e dispneia numa população de indivíduos com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC). Tipo de estudo: Observacional, analítico transversal. Local: Unidade de Saúde Familiar (USF) Manuel Rocha Peixoto e USF Gualtar, Braga, Portugal. População: Doentes com idade igual ou superior a 40 anos, diagnosticados com DPOC ou bronquite crónica, inscritos nas USF Gualtar e Manuel Rocha Peixoto. Métodos: Os dados sociodemográficos foram recolhidos através de um formulário, composto também pelas versões portuguesas do Hospital Anxiety and Depression Scale, Medical Research Council Dyspnea Questionnaire e COPD Specific Saint George’s Respiratory Questionnaire (SGRQ-C). O diagnóstico de DPOC foi confirmado através da realização de espirometria, determinando-se o volume expiratório forçado no 1.º segundo. Foi realizada uma análise bivariada entre as variáveis em estudo e a QdV. Posteriormente submeteram-se as variáveis estatisticamente significativas à regressão linear múltipla. Resultados: Sessenta e cinco doentes foram incluídos no estudo. Na análise bivariada, a depressão, ansiedade e dispneia relacionaram-se com todos os domínios do SGRQ-C. O género e a situação profissional também mostraram uma relação significativa nos domínios Atividade, Impacto e no valor total do SGRQ-C. Posteriormente, na análise com a regressão linear múltipla, o género e a ansiedade perderam a sua influência, revelando-se, como principais determinantes, a dispneia no domínio Sintomas e, no domínio Impacto, situação profissional e dispneia no domínio Atividade e, no valor Total do SGRQ-C, a situação profissional, depressão e dispneia. Conclusões: A situação profissional, a depressão e a dispneia deverão ser consideradas nas estratégias para melhorar a QdV nesta população de doentes com DPOC.
Objectives: To test the association between quality of life (QoL) and gender, age, body mass index, marital status, employment status, forced expiratory volume in 1 second, anxiety, depression and dyspnoea in patients with chronic obstructive pulmonary disease (COPD). Type of study: Observational, cross-sectional study. Location: Manuel Rocha Peixoto Family Health Unit and Gualtar Family Health Unit, Braga, Portugal. Population: Patients over 40 years of age, diagnosed with COPD or chronic bronchitis, registered in the Gualtar and Manuel Rocha Peixoto Family Health Units. Methods: Demographic data were collected and the Portuguese versions of the Hospital Anxiety and Depression Scale, the Medical Research Council Dyspnoea Questionnaire and the COPD-specific Saint George’s Respiratory Questionnaire (SGRQ-C) were administered. The diagnosis of COPD was confirmed by spirometry, determining the forced expiratory volume in 1 second. A bivariate analysis of the study variables and QoL was performed. Statistically significant associations were tested by multiple linear regression. Results: Sixty-five patients were included in the study. In the bivariate analysis, depression, anxiety and dyspnoea were related to all domains of the SGRQ-C. Gender and employment status also showed a significant bivariate correlation with “Activity”, “Impact of disease” and the total SGRQ-C score. In the multiple linear regression analysis, gender and anxiety were not found to be significant predictors of outcomes. In the regression analysis, depression was a significant predictor for “Symptoms” and “Impact”, employment status and dyspnoea were significant predictors for “Activity” and employment status, depression and dyspnoea were significant predictors for the SGRQ-C score. Conclusion: Employment status, depression and dyspnoea should be considered in intervention strategies to improve QoL in patients with COPD.