RESUMO Objetivo. Determinar as variáveis preditivas associadas à violência física contra mulheres na gravidez e avaliar a relação entre exposição à violência por parceiro íntimo na gravidez e saúde e ideação suicida em mulheres na Guiana. Métodos. Foi realizada uma análise dos dados secundários de uma pesquisa transversal domiciliar. Modelos de regressão logística multivariada foram ajustados ao conjunto de dados para estimar a associação entre violência física na gravidez, controlando-se o efeito do comportamento do parceiro e outras variáveis preditivas. Modelos de regressão logística ordinal foram ajustados para estimar a associação entre violência física na gravidez e saúde das mulheres e violência física por parceiro íntimo ao longo da vida e saúde geral. Modelos de regressão logística foram ajustados para estimar a associação entre violência física na gravidez e violência física por parceiro íntimo ao longo da vida e saúde geral e ideação suicida. Resultados. Observou-se uma prevalência de 38,8% de violência física/sexual por parceiro íntimo ao longo da vida, 11,1% de violência física/sexual por parceiro íntimo no momento presente e 9,2% de violência física/sexual na gravidez. Controlando-se o efeito do comportamento do parceiro, verificou-se uma associação positiva significativa com experiência materna de violência física na gravidez. Sofrer violência física por parceiro íntimo na gravidez, mas não violência física por parceiro íntimo ao longo da vida, foi associado a uma chance significativamente maior de saúde geral ruim. Verificou-se uma associação significativa entre violência física na gravidez e violência física ao longo da vida e uma maior chance de ideação suicida. Conclusões. A prevalência da violência contra mulheres na gravidez na Guiana é alta e está associada a desfechos de saúde adversos. Esses resultados apontam para a necessidade de prevenir a violência por parceiro íntimo e integrar a avaliação da violência por parceiro íntimo e o tratamento das mulheres aos serviços de assistência pré-natal e de saúde reprodutiva e programas e serviços de saúde materno-infantil para identificar e tratar as mulheres em risco.
ABSTRACT Objective. To determine predictors associated with physical violence during pregnancy, and to determine the relationship between exposure to intimate partner violence during pregnancy and women’s health and suicide ideation in Guyana. Methods. A secondary data analysis of a cross-sectional household survey. Multivariate logistic regression models were fitted to the data to estimate the association between physical violence during pregnancy, controlling partner behavior, and other predictors. Ordered logistic regression models were fitted to estimate the association between physical violence during pregnancy and women’s health, and lifetime physical partner violence and overall health. Logistic regression models were fitted to estimate associations between physical violence during pregnancy and lifetime physical partner violence and overall health and suicide ideation. Results. The prevalence of lifetime physical/sexual intimate partner violence was 38.8%, current physical/sexual intimate partner violence 11.1%, and violence during pregnancy 9.2%. Controlling partner behavior was significantly and positively associated with maternal experience of physical violence during pregnancy. Experiencing physical partner violence during pregnancy, but not lifetime physical partner violence, was associated with significantly increased odds of poor overall health. Physical violence during pregnancy and lifetime physical violence were both significantly associated with increased odds of suicide ideation. Conclusions. The prevalence of violence during pregnancy in Guyana is high and is associated with adverse health outcomes. These findings suggest the need for intimate partner violence prevention, and for integrating intimate partner violence screening and treatment into antenatal care, reproductive health services, and maternal and child health programs and services to identify and treat at-risk women.
RESUMEN Objetivo. Determinar los factores predictivos relacionados con la violencia física durante el embarazo y determinar la relación entre la exposición a la violencia de pareja durante el embarazo y la ideación suicida y la salud de las mujeres en Guyana. Métodos. Se realizó un análisis secundario de los datos obtenidos de una encuesta domiciliaria transversal. Se adaptaron modelos multifactoriales de regresión logística a los datos para calcular la asociación entre la violencia física durante embarazo, comportamiento controlador de la pareja y otros factores predictivos. Se emplearon modelos ordenados de regresión logística para calcular la asociación entre la violencia física durante el embarazo y la salud de la mujer, y la violencia de pareja a lo largo de la vida y la salud en general. Se aplicaron modelos de regresión logística para calcular la asociación entre la violencia física durante el embarazo y la violencia de pareja a lo largo de la vida y la ideación suicida y la salud en general. Resultados. La prevalencia de la violencia física o sexual infligida por la pareja a lo largo de la vida fue 38,8%, la violencia física o sexual infligida por la pareja en la actualidad fue 11,1% y la violencia durante el embarazo fue 9,2%. El comportamiento controlador de la pareja mostró una asociación positiva y significativa con una experiencia materna de violencia física durante el embarazo. Sufrir violencia física durante el embarazo, aunque no a lo largo de la vida, se asoció significativamente con mayores probabilidades de un estado de salud general deficiente. Tanto la violencia física durante el embarazo como la violencia física a lo largo de la vida se asociaron significativamente con mayores probabilidades de ideación suicida. Conclusiones. La prevalencia de la violencia durante el embarazo en Guyana es alta y está relacionada con consecuencias adversas en materia de salud. Estos resultados ponen de manifiesto la necesidad de prevenir la violencia de pareja y de integrar su detección y tratamiento en la atención prenatal, los servicios de salud reproductiva y los programas y servicios de salud maternoinfantil para detectar y tratar a las mujeres en riesgo.