OBJETIVO: Aferir as variações das taxas de parto normal, cesárea e parto fórceps, bem como das taxas de mortalidade fetal, neonatal precoce e perinatal ao longo do tempo e verificar as possíveis inter-relações entre elas. MÉTODOS: Estudo retrospectivo que avaliou as taxas dos partos realizados em hospitais localizados em Ribeirão Preto, SP, no período de janeiro de 1991 a dezembro de 2000. Os dados sobre mortalidade fetal, neonatal precoce e perinatal foram obtidos por meio de registros obstétricos, pediátricos e de necrópsias. RESULTADOS: Em um total de 33.360 partos realizados, houve relativa manutenção das taxas de parto normal, cesárea e fórceps (em torno de 60%, 30% e 10%, respectivamente), ao mesmo tempo em que houve nítida redução das taxas de mortalidade fetal (de 33,3 para 13,0‰), neonatal precoce (de 30,6 para 9,0‰) e perinatal (de 56,4 para 19,3‰). CONCLUSÕES: Verificou-se evidente redução das taxas de mortalidade perinatal, sem aumento das taxas de parto cesárea. Desse modo, pode-se afirmar que a redução temporal da mortalidade perinatal observada nessa casuística não sofreu influência da taxa de cesárea. Parece que a redução da taxa de mortalidade perinatal dos partos realizados e supervisionados seja mais uma relação direta da melhora do atendimento neonatal do que da via de parto.
OBJECTIVE: To determine changes in the incidence of vaginal deliveries, cesarean sections, and forceps deliveries and their potential association with fetal, early neonatal, and perinatal mortality rates over time. METHODS: A retrospective study was carried out and the occurrence of deliveries supervised by university services between January 1991 and December 2000 was determined. Data regarding fetal, early neonatal, and perinatal deaths were assessed using obstetric and pediatric records and autopsy reports. RESULTS: Of a total of 33,360 deliveries, the incidence of vaginal deliveries, cesarean sections, and forceps deliveries was relatively steady (around 60, 30, and 10%, respectively) while, at the same time, there was a marked reduction in fetal mortality (from 33.3 to 13.0‰), early neonatal mortality (from 30.6 to 9.0‰), and perinatal mortality (from 56.4 to 19.3‰). CONCLUSIONS: The marked reduction in perinatal mortality rates seen during the study period without an increase in cesarean sections indicates that the decrease in perinatal mortality was not impacted by cesarean section rates. The plausible hypothesis seems to be that the reduction in perinatal mortality of deliveries performed under the supervision of university services was more likely to be associated with better neonatal care rather than the mode of delivery.