OBJETIVO: Verificar as queixas de voz e correlacioná-las à autorreferência de problemas gerais de saúde, hábitos de vida e aspectos vocais, em um grupo de Agentes Comunitários de Saúde (ACS). MÉTODOS: Participaram 28 ACS, os quais responderam a um questionário sobre dados pessoais, tempo de atuação como ACS, aspectos gerais de saúde, hábitos de vida e aspectos vocais. Os dados foram analisados estatisticamente. RESULTADOS: Dos ACS participantes, 42,9% relataram queixas de voz e as atribuíram às seguintes causas: exposição ao frio (30,7%), infecção respiratória (23,7%) e uso intensivo da voz (23,0%). Foi observada associação significativa entre a presença de queixas de voz e as relacionadas a problemas emocionais (p=0,009) e problemas na coluna (p=0,038). Os sintomas vocais mais citados foram: rouquidão (33,3%), falta de ar (32,1%), falha na voz (14,2%), voz grossa (14,2%) e voz variando grossa/fina (14,2%). Em relação aos sintomas laringofaríngeos, os ACS mencionaram: garganta seca (32,1%), cansaço ao falar (32,1%), tosse seca (28,5%), secreção na garganta (25%) e ardor na garganta (21,4%). Quando tais sintomas, vocais e laringofaríngeos, foram correlacionados com a presença de queixas de voz, foi verificada associação significativa com os sintomas vocais: rouquidão (p=0,001), falha na voz (p=0,024) e voz grossa (p=0,024). CONCLUSÃO: Houve expressiva porcentagem, dentre os ACS, de queixas de voz, caracterizadas, principalmente, pela presença de rouquidão, falha na voz e voz grossa. Problemas na coluna e emocionais mostraram-se associados à presença de queixas de voz.
PURPOSE: To verify vocal complaints and correlate them to self reported general health problems, lifestyle habits and vocal habits in a group of Community Health Agents (CHA). METHODS: The subjects of this study were 28 CHA, who answered a questionnaire concerning their personal data, work situation, general health aspects, and vocal aspects and habits. Data was statistically analyzed. RESULTS: From all the participants, 42.9% reported vocal complaints, and attributed them to the following causes: exposure to cold temperatures (30.7%), respiratory infections (23.7%) and intensive vocal use (20.3%). It was observed significant correlation between the presence of self reported vocal complaints and those related to emotional issues (p=0.009) and back problems (p=0.038). The vocal symptoms most frequently reported were: hoarseness (33.3%), shortage of breath (32.1%), voice breaks (14.2%), low-pitched voice (14.2%), and voice varying between high and low pitches (14.2%). Regarding laryngopharyngeal symptoms, CHA reported: dry throat (32.1%), tiredness when speaking (32.1%), dry cough (28.5%), throat secretions (25%), and burning throat (21.4%). When these vocal and laryngopharyngeal symptoms were correlated to the presence of self-reported vocal complaints, it was verified a significant association with the following vocal symptoms: hoarseness (p=0.001), voice breaks (p=0.024), and low-pitched voice (p=0.024). CONCLUSION: There was a high percentage of CHAs who reported voice complaints, which were characterized mainly by hoarseness, voice breaks and low-pitched voice. Back problems and emotional issues were associated to the presence of voice complaints.