FUNDAMENTO: Os estudos disponíveis não analisaram de modo abrangente os vários fatores envolvidos na gênese da hipertensão (HT), especialmente a associação entre pressão arterial, excreção urinária de sódio e disfunção renal. OBJETIVO: Avaliar a prevalência dos fatores de risco para HT em diferentes grupos etários em uma amostra representativa da uma população urbana brasileira. MÉTODOS: A população estudada (1.717 indivíduos adultos) foi avaliada por grupos etários: 18 a 39 anos; 40 a 49; 50 a 59; 60 a 69 e > 70 anos. As médias das variáveis quantitativas e as variáveis categóricas dos grupos normotenso e hipertenso foram comparadas. RESULTADOS: A prevalência geral ajustada para HT foi de 25,23%. A prevalência aumentou com a idade e era mais alta em indivíduos com baixo nível educacional. Índice de massa corporal e circunferência abdominal aumentados estavam positivamente associados com uma maior prevalência de HT. Havia uma associação positiva significante entre HT e excreção urinaria de sódio. Os indivíduos hipertensos apresentavam maior frequência de disfunção renal, definida como clearance de creatinina <60 ml/min/m². A prevalência de diabetes mellitus na população geral era de 5,6% e 14,5% nos indivíduos hipertensos. A hipertensão era uma condição conhecida por 74,4% dos indivíduos hipertensos. Entre os indivíduos hipertensos tratados, 52,4% tinham a hipertensão controlada e apenas 34,3% dos pacientes hipertensos no geral (tratados ou não) tinham a pressão arterial controlada. CONCLUSÃO: Esse estudo de base populacional é especial devido ao fato de agregar diferentes fatores demográficos, epidemiológicos e de risco envolvidos na gênese da hipertensão na avaliação de uma única amostra com um cálculo populacional que pode ser extrapolado para outras populações hipertensas.
BACKGROUND: The available studies have not fully analyzed the several factors involved in the genesis of hypertension (HT), especially the association among blood pressure, urinary sodium excretion and renal dysfunction. OBJECTIVE: To assess the HT prevalence and risk factors in different age groups in a representative sample of an urban Brazilian population. METHODS: The studied population (1717 adult individuals) was evaluated by age groups: 18 to 39 years; 40 to 49; 50 to 59; 60 to 69 and > 70 years. Quantitative variable means and categorical variables of the hypertensive and normotensive groups were compared. RESULTS: The adjusted overall prevalence of HT was 25.23%. The prevalence increased with age and was higher in individuals with low educational level. Increased body mass index and abdominal waist were positively related to a higher prevalence of HT. There was a significant positive association between HT and urinary sodium excretion. Hypertensive individuals presented higher frequency of renal dysfunction, defined as measured creatinine clearance <60 ml/min/m². The prevalence of diabetes mellitus was 5.6% in the overall population and 14.5% in hypertensive individuals. Hypertension was a known condition to 74.4% of the hypertensive individuals. Among treated hypertensive individuals, 52.4% achieved controlled blood pressure and only 34.3% of the overall hypertensive patients (treated or not) had blood pressure controlled. CONCLUSION: This population-based is unique by gathering different demographic, epidemiologic and risk factors involved in the genesis of hypertension in a single sample assessment with a population calculation, which might be extrapolated to other hypertensive populations.
FUNDAMENTO: Los estudios existentes no han analizado de modo amplio los varios factores comprendidos en la génesis de la hipertensión (HT), especialmente la asociación entre presión arterial, excreción urinaria de sodio y disfunción renal. OBJETIVO: Evaluar la prevalencia de los factores de riesgo para HT en diferentes grupos etarios, en una muestra representativa de una población urbana brasilera. MÉTODOS: La población estudiada (1.717 individuos adultos) fue evaluada por grupos etarios: 18 a 39 años; 40 a 49; 50 a 59; 60 a 69 y > 70 años. Se compararon los promedios de las variables cuantitativas y las variables categóricas de los grupos normotenso e hipertenso. RESULTADOS: La prevalencia general ajustada para HT fue del 25,23%. La prevalencia aumentó con la edad y era más alta en individuos con bajo nivel educacional. El índice de masa corporal y la circunferencia abdominal aumentados se asociaron positivamente con una mayor prevalencia de HT. Había una asociación positiva significante entre HT y excreción urinaria de sodio. Los individuos hipertensos presentaban mayor frecuencia de disfunción renal, definida como clearance de creatinina < 60 ml/min/m². La prevalencia de diabetes mellitus en la población general era del 5,6% y 14,5% en los individuos hipertensos. La hipertensión era una condición conocida por el 74,4% de los individuos hipertensos. Entre los individuos hipertensos tratados, el 52,4% tenían una hipertensión controlada y sólo el 34,3% de los pacientes hipertensos en general (tratados o no) tenían la presión arterial controlada. CONCLUSIÓN: Este estudio de base poblacional es especial, debido al hecho de agregar diferentes factores demográficos, epidemiológicos y de riesgo comprendidos en la génesis de la hipertensión en la evaluación de una única muestra con un cálculo poblacional que puede ser extrapolado a otras poblaciones hipertensas.