Através de estudo do tipo transversal com amostra constituída por 386 crianças e adolescentes atendidos em um ambulatório especializado de filariose, do Recife, nordeste do Brasil, determinou-se a frequência de anticorpos anti-Toxocara e sua relação com faixa etária, sexo, número de eosinófilos periféricos, microfilárias de Wuchereria bancrofti e parasitos intestinais. A freqüência encontrada de anticorpos IgG total anti-Toxocara, realizada através da técnica de ELISA, foi de 39,4%, com 40,1% no sexo masculino e 37,6% no feminino, diferença esta sem significância estatística. O grupo com maior freqüência de anticorpos anti-Toxocara foi o de 6-10 anos (60%) e, apenas nessa faixa etária, encontrou-se uma diferença estatisticamente significante quanto ao sexo, com predomínio do masculino. Observou-se associação estatisticamente significante entre o número de eosinófilos e a presença de anticorpos anti-Toxocara. A freqüência de parasitos intestinais foi de 52,1%, porém sem associação entre este achado e a presença de anticorpos anti-Toxocara. Na presente análise, 42,2% dos pacientes eram portadores de microfilárias de Wuchereria bancrofti, porém esta infecção não esteve associada à presença de anticorpos anti-Toxocara o que sugere que não houve cruzamento do ELISA com a presença de parasitoses intestinais e filariose.
In a transversal study on a sample of 386 children and adolescents from an outpatient clinic for filariasis in Recife, Northeast Brazil, the frequency of anti-Toxocara antibodies and its relation to age, gender, number of peripheral eosinophils, Wuchereria bancrofti microfilariae and intestinal helminths was determined. The total anti-Toxocara IgG antibody frequency was 39.4%, by ELISA technique. The difference in frequency between males (40.1%) and females (37.6%) was not statistically significant. The 6 to 10-year-old subset presented the highest frequency of anti-Toxocara antibodies (60%), and within this age group there was a statistically significant male bias. There was also a significant association between the number of eosinophils and the presence of anti-Toxocara antibodies. Intestinal parasite frequency was 52.1%, but no association was found between this data and the presence of anti-Toxocara antibodies. In the present sample, 42.2% of the patients were Wuchereria bancrofti carriers, however, again this was not associated with the presence of anti-Toxocara antibodies. In conclusion, anti-Toxocara antibodies were highly prevalent in this sample. The present data show that there is no cross correlation between anti-Toxocara IgG antibody and the presence of intestinal helminths and filariasis.