RESUMO Objetivo: descrever as características de clustering e switching da prova de fluência verbal semântica e fonológica de deficientes auditivos adultos - usuários do português brasileiro - e verificar sua relação com o total de palavras evocadas e fatores biossociais. Métodos: 42 indivíduos deficientes auditivos adultos, usuários do português brasileiro oral participaram desta pesquisa. Realizaram as provas de fluência verbal semântica ("animais") e fonológica ("palavras com 'F'") e foram contabilizados: (a) número total de palavras, (b) número de categorias evocadas, (c) tamanho médio do cluster e (d) número de switches. Comparou-se aos dados biossociais e às características da deficiência auditiva e do dispositivo auditivo eletrônico. Resultados: o total de palavras evocadas foi de 16,38±6,18 para prova semântica e 10,88±6,1 para fonológica, sendo acessadas todas as categorias previamente estabelecidas. A média do tamanho do cluster foi de 1,41±0,8 para fluência verbal semântica e 0,71±0,73 para fonológica. O número médio de switches foi de 7,14±3,69 para fluência semântica e 6,36±4,17 para fonológica. Em ambas as provas, o número de switches apresentou relação forte e positiva com o total de palavras (p<0,001); e o tamanho do cluster com o total da prova fonológica (p=0,011). A escolaridade influenciou o total de palavras evocadas, o clustering e switching. O grau e época de aquisição da deficiência auditiva, bem como o uso de dispositivo auditivo eletrônico não tiveram relação com as variáveis avaliadas. Conclusão: as habilidades de clustering e switching nos deficientes auditivos são influenciadas pela escolaridade, sem relação direta com as características da deficiência auditiva.
ABSTRACT Purpose: to describe clustering and switching characteristics in semantic and phonetic verbal fluency of hearing-impaired adults - Brazilian Portuguese speakers - and to verify if there is relation between this characteristics, the total number of words recalled, and biosocial factors. Methods: 42 hearing-impaired adults, Brazilian-Portuguese speakers, were included. All performed the verbal fluency test by semantic and phonemic clue ("animals" and "letter F", respectively). We analyzed: (a) total words recalled, (b) number of categories recalled, (c) average cluster size, (d) number of switches. Moreover, evaluated the relationship of this data with biosocial information, hearing loss and hearing device characteristics. Results: total number of words recalled was 16.38±6.18 for semantic test and 10.88±6.1 for phonetic, on average. Participants retrieved all categories established. The average cluster size was 1.41±0.8 for semantic verbal fluency and 0.71±0.73 for phonetic. The average number of switches was 7.14±3.69 for semantic fluency and 6.36±4.17 for phonetic. For both tests the number of switches was strong and positively related to the total number of words (p<0.001); the average cluster size was related only for phonetic test (p=0.011). Educational level influenced the total number of words, clustering and switching. The hearing loss degree, age of hearing loss acquisition and the use of hearing devices did not present relation with any of evaluated variables. Conclusion: clustering and switching abilities in hearing-impaired subjects are influenced by educational level, without clear relation with hearing loss characteristics.