Foi investigada a validade da Ficha de Saúde, inquérito de risco referido (INQ-RR) do Programa IPSEMG-Família, na identificação de pessoas em risco de desenvolver doença arterial coronariana (DAC) numa amostra aleatória, estratificada por sexo, de 297 segurados com idade igual e superior a 40 anos, de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Os resultados obtidos em entrevistas realizadas pelas equipes de saúde da família foram comparados com dados de exames clínico-laboratoriais. Foram avaliados a sensibilidade, a especificidade e os valores preditivos positivos e negativos das questões sobre história atual ou prévia de diabetes mellitus, hipertensão arterial, colesterol elevado e tabagismo. Dentre os participantes que apresentavam pelo menos um exame clínico-laboratorial alterado, 81,0% (sensibilidade total) foram identificados pelo inquérito de risco referido ao declarar ter pelo menos um fator de risco. Os padrões de Sheffield e da Nova Zelândia foram utilizados para determinar os segurados com risco elevado de adquirir doença coronariana e avaliar se estes seriam também identificados pela Ficha de Saúde. A sensibilidade para identificar esse subgrupo de pacientes foi de 100,0%.
The validity of a health survey questionnaire used in a family health promotion program to identify individuals at risk of developing coronary artery disease (CAD) was studied in a random sample of 297 State public employees in Juiz de Fora, Minas Gerais State, Brazil. The sample was stratified by sex, and subjects were 40 years of age or older. Results obtained in interviews were compared to laboratory and clinical data. We assessed the questionnaire's sensitivity, specificity, and positive and negative predictive values in relation to questions about current or previous history of diabetes, hypertension, smoking, and high cholesterol. Among individuals with at least one altered clinical or laboratory test, 81% (total sensitivity) were identified by the referred risk inquiry when reporting at least one risk factor. Sheffield and New Zealand tables were used to determine the individuals with increased risk of developing CAD and to assess if they would also be identified by the health survey questionnaire. The sensitivity for identifying this subgroup was 100%.