OBJECTIVE: Analisar fatores associados à baixa percepção de risco de zoonoses e identificar as lacunas no conhecimento sobre a transmissão e prevenção de zoonoses em trabalhadores imigrantes e italianos. METHODS: Estudo transversal com 175 trabalhadores da indústria agropecuária e agroalimentar em Piemonte, Itália. Os dados foram obtidos por meio de questionário semiestruturado baseado em estudo sobre conhecimentos, atitudes e práticas. Foram calculadas proporções, com uso de teste qui-quadrado e odds ratio para estimar associações. Oito entrevistas individuais com informantes-chave em matéria de imigração e saúde pública foram realizadas. RESULTS: Cerca de 47% dos trabalhadores eram italianos e 53%, imigrantes, provenientes da Romênia, Marrocos, Albânia, Índia, China, Argentina, Peru, Macedônia, Costa do Marfim, Ucrânia e Colômbia. Houve diferenças significativas na menor percepção do risco no trabalho (p = 0,001). Observou-se associação entre falta de conhecimentos corretos sobre zoonoses e ser imigrante (OR = 4,1; IC95% 1,7;9,8; p ≤ 0,01), trabalhar na indústria pecuária (OR = 2,9; IC95% 1,2;6,8; p = 0,01) e ser um trabalhador não qualificado (OR = 4,4; IC95% 1,2;15,4; p = 0,01). Outra forte associação ocorreu entre ser imigrante e ter emprego de baixa qualificação (OR = 6,7; IC95% 2,9;15,4; p ≤ 0,01). Maior frequência de comportamentos de risco e menor nível de conhecimento sobre zoonoses foram encontrados no grupo dos imigrantes asiáticos. CONCLUSIONS: Foram observadas diferenças na percepção de risco de zoonoses entre os grupos participantes. O status de imigrante pode ser considerado fator de risco para ter baixa percepção de risco e menor nível de conhecimento das zoonoses no trabalho. Existe relação entre esse conhecimento específico de zoonoses e falta de formação e instrução entre as populações migrantes. É necessário desenvolver programas de educação sobre a prevenção de zoonoses entre a população imigrante.
OBJETIVO: To assess factors associated with a low risk perception of zoonoses and to identify the gaps in knowledge about transmission and prevention of zoonoses in immigrant and Italian workers. MÉTODOS: A cross-sectional study with 175 workers in the agro-livestock and agro-food industry in Piemonte, Italy, was carried out. Data were collected with a semi-structured questionnaire based on knowledge, attitudes and practices (KAP) survey. We calculated proportions and used chi-square tests and odds ratios to assess associations. Eight individual interviews with key informants on immigration and public health in Piemonte were carried out. RESULTADOS: Participants were 82 (47%) Italians and 93 (53%) immigrants. Immigrants were from Romania, Morocco, Albania, India, China, Argentina, Peru, Macedonia, Ivory Coast, Ukraine and Colombia. The study revealed significant differences in risk perception at work (p = 0.001). We found associations between "not having correct knowledge about zoonoses" and the following variables: i. "being immigrant" OR = 4.1 (95%CI 1.7;9.8 p ≤ 0.01); ii. "working in the livestock industry" OR = 2.9 (95%CI 1.2;15.4 p = 0.01); and iii. "being an unqualified worker" OR = 4.4 (95%CI 2.9;15.4 p ≤ 0.01). Another strong association was found between being immigrant and having a low job qualification OR = 6.7 (IC95% 2.9 - 15.4 p ≤ 0.01). Asian immigrants were the group with the highest frequency of risky behaviours and the lowest level of knowledge about zoonoses. CONCLUSÕES: Our results indicate that there were differences in risk perception of zoonoses between the groups participating in our study. These results suggest that immigrant status can be considered a risk factor for having lower risk perception and lower level of knowledge of zoonoses at work. There is a relationship between this specific knowledge of zoonoses and lack of training and instruction among migrant populations. Our results stress the need for developing education programs on zoonoses prevention among the immigrant population in Piemonte, Italy.
OBJETIVO: Analizar factores asociados a la baja percepción de riesgo de zoonosis e identificar los vacíos de conocimiento sobre la transmisión y prevención de zoonosis en trabajadores inmigrantes e italianos. MÉTODOS: Estudio transversal con 175 trabajadores de la industria agropecuaria y agroalimentaria en Piemonte, Italia. Los datos fueron obtenidos por medio de cuestionario semi-estructurado basado en estudio sobre conocimientos, actitudes y prácticas. Se calcularon proporciones y usó la prueba de Chi-cuadrado y odds ratio para estimar asociaciones. Se realizaron ocho entrevistas individuales con informantes clave en materia de inmigración y salud pública. RESULTADOS: Cerca de 47% de los trabajadores eran italianos y 53%, inmigrantes provenientes de Rumania, Marruecos, Albania, India, China, Argentina, Perú, Macedonia, Costa de Marfil, Ucrania y Colombia. Hubo diferencias significativas en la menor percepción del riesgo en el trabajo (p = 0,001). Se observó asociación entre falta de conocimientos correctos sobre zoonosis y ser inmigrante (OR=4,1; IC95% 1,7;9,8;p ≤ 0,01), trabajar en la industria pecuaria (OR = 2,9; IC95% 1,2;6,8;p = 0,01) y ser un trabajador no calificado (OR = 4,4; IC95% 1,2;15,4;p = 0,01). Otra fuerte asociación ocurrió entre ser inmigrante y tener empleo de baja calificación (OR = 6,7; IC95% 2,9;15,4;p ≤ 0,01). Se encontró mayor frecuencia de conductas de riesgo y menor nivel de conocimiento sobre zoonosis en el grupo de los inmigrantes asiáticos.