A utilização indiscriminada de antibacterianos no período gestacional pode aumentar a resistência antimicrobiana e colocar em risco a saúde da gestante e da criança. Atualmente, está em vigência no Brasil a Resolução da Diretoria Colegiada nº 20/2011, que controla a prescrição e fornecimento de antibacterianos. O objetivo deste estudo foi comparar o uso de antibacterianos pelas gestantes participantes das coortes de nascimentos de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, de 2004 e 2015, considerando a regulamentação implementada entre as duas coortes. Foram utilizados dados coletados no período perinatal dos dois estudos. O desfecho principal foi o uso de antibacterianos na gestação. As prevalências de uso foram descritas a partir de variáveis independentes e diferenças em pontos percentuais (p.p.) entre as duas coortes. A prevalência do uso de antibacterianos foi de 41,9% (IC95%: 40,4; 43,3) em 2004 e 39,2% (IC95%: 37,7; 40,6) em 2015. Considerando-se as gestantes que relataram ter infecção durante a gestação, observou-se maior redução de uso em 2015, quando comparado a 2004, nas gestantes mais pobres (-15,4p.p., IC95%: 9,59; 21,20) e naquelas que foram a menos consultas (-17,1p.p., IC95%: 2,81; 31,36). Houve redução na proporção de antibacterianos usados, considerando o total de medicamentos de 20,6% (IC95%: 19,9; 21,4) em 2004 para 12,6% (IC95%: 12,1; 13,1) em 2015. As reduções encontradas, tanto nas prevalências de uso quanto na proporção dos antibacterianos sobre o total de medicamentos utilizados, podem ser reflexo da política de regulamentação implementada em 2011.
Indiscriminate use of anti-bacterial agents during pregnancy can increase antimicrobial resistance and endanger both the mother’s and the children’s health. Currently, Brazil has the Collegiate Directive Resolution n. 20/2011, which controls prescription and dispensation of anti-bacterial agents. Given this scenario, this study compared the use of anti-bacterial agents by pregnant women participating in the 2004 and 2015 Pelotas (Brazil) birth cohorts, in Rio Grande do Sul, Brazil, considering the regulation issued between the two cohorts. Data were collected in the perinatal period of the two studies. The main outcome was the use of anti-bacterial agents during pregnancy. Prevalence scans were described based on independent variables and differences in percentage points (p.p.) between the two cohorts. The prevalence of anti-bacterial use was 41.9% (95%CI: 40.4; 43.3) in 2004 and 39.2% (95%CI: 37.7; 40.6) in 2015. Considering the pregnant women who reported having infection during pregnancy, a greater reduction in use was observed in 2015, when compared to 2004, in poor women (-15.4p.p., 95%CI: 9.59; 21.20) and in those who had less consultations (-17.1p.p., 95%CI: 2.81; 31.36). Considering total medications, the proportion of anti-bacterial used dropped from 20.6% (95%CI: 19.9; 21.4) in 2004 to 12.6% (95%CI: 12.1; 13.1) in 2015. The reductions found in both the prevalence of use and the proportion of anti-bacterial agents over total medications used may be a reflection of the regulatory policy implemented in 2011.
El uso indiscriminado de antibacterianos durante el embarazo puede aumentar la resistencia a los antimicrobianos y poner en riesgo la salud de la gestante y del niño. Actualmente, está vigente en Brasil la Resolución de la Dirección Colegiada nº 20/2011, que controla la prescripción y dispensación de antibacterianos. El objetivo de este estudio fue comparar el uso de antibacterianos por gestantes participantes de las cohortes de nacimientos de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, del 2004 y del 2015, considerando la regulación implementada entre las dos cohortes. Se utilizaron los datos recopilados en el período perinatal de los dos estudios. El resultado principal fue el uso de antibacterianos durante el embarazo. Las prevalencias de uso se describieron con base en las variables independientes y diferencias en puntos porcentuales (p.p.) entre las dos cohortes. La prevalencia de uso de antibacterianos fue del 41,9% (IC95%: 40,4; 43,3) en el 2004 y del 39,2% (IC95%: 37,7; 40,6) en el 2015. Teniendo en cuenta que las gestantes que reportaron haber tenido infección durante el embarazo, hubo una mayor reducción de uso en el 2015, en comparación con el 2004, en las gestantes más pobres (-15,4p.p., IC95%: 9,59; 21,20) y en las que consultaron menos (-17,1p.p., IC95% 2,81;31,36). Hubo una reducción en la proporción de antibacterianos usados, considerando la cantidad total de medicamentos del 20,6% (IC95%: 19,9; 21,4) en el 2004 al 12,6% (IC95%: 12,1; 13,1) en el 2015. Las reducciones encontradas, tanto en las prevalencias de uso como en la proporción de antibacterianos sobre la cantidad total de medicamentos utilizados, pueden ser reflejo de la política regulatoria implementada en el 2011.