Este artigo discute o cuidado na relação entre professoras, professores e estudantes, problematizando, a partir de autoras da teoria feminista, que a socialização de cidadãos conscientes de seus direitos e deveres deva ser a finalidade principal da educação. Nas relações de cuidado se evidenciam a interdependência e a mutualidade - afetiva e cognitiva -, aspectos esses que perpassam as relações entre educadores e alunos na escola. As condições atuais de desvalorização da carreira docente e sua burocratização têm conduzido a uma objetificação das relações na escola, resultando em vínculos baseados na tutela e na disciplinarização, em detrimento do cuidado. Por fim, discutimos a potencialidade política do cuidado, ao permitir que professoras, professores e alunos se vejam como mutuamente dependentes. Entendemos que a ação política pode surgir da condição de dependência e do sentimento de responsabilização que se produzem a partir de experiências domésticas e familiares, e não em detrimento das mesmas.
This paper discusses care in the relation between teachers and students problematizing, in the perspective of feminist studies, that the socialization of citizens aware of their rights and obligations should be the main goal of education. In care relationships interdependence and cognitive and affective mutuality are central, an aspect that cuts across relationships between teachers and students at school. The present conditions of devaluation of the teaching profession, and its bureaucratization, have led to a process of objectification of school relationships, bringing forth social bonds based on tutelage and disciplinarization, instead of care. At last, we discuss the political potentiality of care as it favours that teachers and students see each other as mutually dependent. We understand that political action can emerge from the condition of dependency as well as the feeling of responsibility that are produced in domestic and familiar experiences, and not in detriment of them.
Este artículo aborda el cuidado en la relación entre las profesoras, los profesores y los estudiantes, a partir de las autoras de la teoría feminista, cuestionando la afirmación de que la socialización de los ciudadanos conscientes de sus derechos y deberes debe ser el objetivo principal de la educación. En las relaciones de cuidado se resalta la interdependencia y la reciprocidad - cognitivo y afectivo - aspectos que subyacen en la relación entre profesores y estudiantes en la escuela. Las condiciones actuales de la devaluación de la profesión docente y su burocracia han dado espacio a una objetivación de las relaciones en la escuela, lo que resulta en relaciones basadas en la protección y la disciplina en detrimento de la atención. Finalmente, se discute la potencialidad política del cuidado, para que los profesores y los estudiantes se vean como mutuamente dependientes. Creemos que la acción política puede durgir de una condición de dependencia y el sentimiento de responsabilidad que se produce a partir de las experiencias domésticas y de la familia, y no al contrario de la misma.