Resumo: Propõe-se uma abordagem teórica desde a etnografia interespécie, que se complementa com a noção de espécies fenomenológicas. As relações interespécies se ilustram com o caso de como o dingo se transformou em uma espécie particular, mas que precisa das interações com outras. Visto que existe uma ampla discussão sobre se o dingo é um animal selvagem ou doméstico (e se devém de cães ferozes), na primeira parte apresenta-se, brevemente, o que se entende por domesticidade e ferocidade nos cães. Na segunda parte, tratam-se os aspetos gerais do dingo, enquanto na terceira parte salientam-se os laços entre humanos e dingos em perspectiva cultural. Na quarta parte, propõem-se as considerações finais, onde se extrapola o argumento sobre a relação dingo-humano em um horizonte mais amplo e se afirma que devir-dingo implica, do mesmo modo, devir-humano.
Abstract: We address a theoretical analysis within the framework of interspecies ethnography and complete it with the notion of phenomenological species. Interspecies relationships are illustrated in the case of how dingo dogs have become a particular species but a species needing interaction with others. As there is a big debate about dingoes being a wild or a tame animal (and if it comes from feral dogs), the first section briefly defines domesticity and ferality in dogs. The second deals with general aspects of dingoes, while the third one focuses on the cultural links between humans and dingoes. The fourth and last section presents the final considerations, extrapolating dingo-human relations to a broader spectrum and pointing out that becoming dingo implies becoming human.
Resumen: Se hace un abordaje teórico desde la etnografía interespecie, la que se complementa con la noción de especies fenomenológicas. Las relaciones interespecie se ilustran con el caso de cómo el dingo ha llegado a constituirse en una especie particular, pero que requiere de la interacción con otras. Dado que hay una amplia discusión acerca de si el dingo es un animal salvaje o doméstico (y si deviene de perros ferales), en la primera sección se expone, someramente, qué se entiende por domesticidad y feralidad en los perros. En la segunda se tratan aspectos generales del dingo, mientras que en la tercera se enfatiza en los vínculos entre humanos y dingos en clave cultural. En el cuarto y último apartado se plantean las consideraciones finales, en donde se extrapola lo sostenido acerca de la relación dingo-humano a un espectro más amplio y se puntualiza que devenir dingo implica, asimismo, devenir humano.