RESUMO OBJETIVO: Analisar conhecimentos, atitudes e práticas de adolescentes universitários sobre a sífilis. MÉTODOS: Estudo transversal, analítico, do tipo censitário, desenvolvido com o universo de adolescentes de 18 e 19 anos (n = 598), matriculados em três instituições de ensino superior presencial em município do Piauí (n = 598), que juntas totalizam 20 cursos nas áreas de Ciências da Saúde, Sociais Aplicadas, Exatas e da Terra, Engenharias e Linguística, Letras e Arte. A coleta de dados ocorreu de março a maio de 2019, a partir de um questionário adaptado da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira de 2013, do Ministério da Saúde, constituído por perguntas referentes a variáveis sociodemográficas (sexo, idade, arranjo familiar, escolaridade dos pais, cor ou raça, atividade remunerada e renda familiar), conhecimento, atitude e prática em relação à doença, sendo as três últimas classificadas por escores. As variáveis que apresentaram valor de p ≤ 0,20 na análise bivariada, por meio do teste do qui-quadrado de Pearson, foram incluídas em três modelos logísticos multivariados, e os desfechos em cada modelo foram o conhecimento, a atitude e a prática, respectivamente; permanecendo ao final aquelas a nível de p < 0,05. RESULTADOS: O sexo masculino possui chance 39,6% menor de ter conhecimento adequado/regular (ORa = 0,604; IC95% 0,415–0,878), enquanto as maiores chances estão associadas a “morar sozinho, com parentes e amigos” (ORa = 4,567; IC95% 1,417–14,719) e a ter atitude muito positiva/positiva (ORa = 6,937; IC95% 4,562–10,550). Menores chances de prática adequada estão associadas ao sexo masculino (ORa = 0,480; IC95% 0,301–0,766) e à menor escolaridade paterna (ORa = 0,440; IC95% 0,241–0,806). CONCLUSÃO: O conhecimento e a atitude da maioria dos participantes do estudo em relação à sífilis não foram suficientes para adoção de uma prática sexual adequada para a prevenção da doença, revelando a necessidade de se investigar outras variáveis que possam estar implicadas nesta incoerência cognitiva.
ABSTRACT OBJECTIVE: To analyze knowledge, attitudes and practices of university adolescents about syphilis. METHODS: Cross-sectional, analytical, census-type study, developed with the universe of adolescents aged 18 and 19 years (n = 598), enrolled in three institutions of higher education in a municipality of Piauí (n = 598), which total 20 courses in the areas of Health Sciences, Applied Social Sciences, Exact and Earth, Engineering and Linguistics, Letters and Art. Data collection occurred from March to May 2019, based on a questionnaire adapted from the Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira of 2013 (PCAP – Survey of Knowledge, Attitudes and Practices in the Brazilian Population), consisting of questions related to sociodemographic variables (gender, family arrangement, father's schooling, mother's schooling, skin color or race, employment, household income), knowledge, attitude and practice regarding the disease, the last three being classified by scores. The variables that presented p ≤ 0.20 in the bivariate analysis, by Pearson's chi-square test, were included in three multivariate logistic models, and the outcomes in each model were knowledge, attitude and practice, respectively; remaining at the end those at the level of p < 0.05. RESULTS: Boys have a 39.6% lower chance of having adequate/regular knowledge (ORa = 0.604; 95%CI 0.415–0.878), whereas the highest chances are associated with “living alone, with relatives and friends” (ORa = 4.567; 95%CI 1.417–14.719) and having a very positive/positive attitude (ORa = 6.937; 95%CI 4.562–10.550). Lower chances of an adequate practice are associated with boys (ORa = 0.480; 95%CI 0.301–0.766) and lower father's schooling (ORa = 0.440; 95%CI 0.241–0.806). CONCLUSION: Most participants’ knowledge and attitude regarding syphilis were not sufficient to the adoption of an adequate sexual practice for the prevention of the disease, showing the need to investigate other variables that may be implicated in this cognitive incoherence.