OBJETIVO Analisar se condições demográficas, socioeconômicas, subjetividade da saúde bucal e caracterização da assistência odontológica estão associadas à insatisfação dos usuários com a assistência odontológica.MÉTODOS Estudo transversal com 781 pessoas que necessitavam de assistência odontológica, em 2012, em Montes Claros, MG, município de médio porte populacional. Foram realizadas entrevistas domiciliares e aplicado questionário que avaliou a insatisfação dos usuários com a assistência odontológica (variável dependente), condições demográficas, socioeconômicas, subjetividade da saúde bucal e caracterização da assistência odontológica (variáveis Independentes). Utilizou-se cálculo amostral para população finita, com estimativa para proporções de insatisfação em 50,0% da população, erro de 5,0%, taxa de não resposta de 5,0% e efeito de desenho de 2,0. Utilizou-se regressão logística e calculou-se odds ratio, com nível de significância de 5% e intervalos de 95% de confiança.RESULTADOS Estavam insatisfeitos com a assistência 9,0% dos entrevistados (7,9%, considerando correção pelo efeito de desenho). Constatou-se associação da insatisfação com menor escolaridade, autoavaliação negativa de saúde bucal, percepção da inabilidade do prestador de assistência odontológica, avaliação negativa da forma como foi tratado, da limpeza das salas do local de exame, incluindo banheiros, e quantidade de espaço na sala de espera e sala onde foi realizado a consulta.CONCLUSÕES A taxa de insatisfação com a assistência odontológica foi baixa. Estiveram associadas à insatisfação variáveis referentes a condições socioeconômicas, subjetividade da saúde bucal, habilidade profissional, ao relacionamento profissional-paciente e à infraestrutura do local de atendimento. Sugere-se que há necessidade de intervenções educativas que visem a melhoria da qualidade da assistência entre os profissionais, por órgãos competentes, assim como a necessidade de melhoria da infraestrutura dos locais de atendimento.
OBJECTIVE To examine whether demographic, socioeconomic conditions, oral health subjectivity and characterization of dental care are associated with users’ dissatisfaction with such are.METHODS Cross-sectional study of 781 people who required dental care in Montes Claros, MG, Southeastern Brazil, in 2012, a city with of medium-sized population situated in the North of Minas Gerais. Household interviews were conducted to assess the users’ dissatisfaction with dental care (dependent variable), demographic, socioeconomic conditions, oral health subjectivity and characterization of dental care (independent variables). Sample calculation was used for the finite population, with estimates made for proportions of dissatisfaction in 50.0% of the population, a 5.0% error margin, a non-response rate of 5.0% and a 2.0% design effect. Logistic regression was used, and the odds ratio was calculated with a 5% significance level and 95% confidence intervals.RESULTS Of the interviewed individuals, 9.0% (7.9%, with correction for design effect) were dissatisfied with the care provided. These were associated with lower educational level; negative self-assessment of oral health; perception that the care provider was unable to give dental care; negative evaluation of the way the patient was treated, the cleanliness of the rooms, based on the examination rooms and the toilets, and the size of the waiting and examination rooms.CONCLUSIONS The rate of dissatisfaction with dental care was low. This dissatisfaction was associated with socioeconomic conditions, subjectivity of oral health, skill of the health professionals relating to the professional-patient relationship and facility infrastructure. Educational interventions are suggested that aim at improving the quality of care among professionals by responsible agencies as is improving the infrastructure of the care units.