JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A ventilação com pressão controlada (PCV) está disponível em aparelhos de anestesia, mas não existem estudos sobre o seu uso, durante o pneumoperitônio com o CO2 (PPC). O objetivo deste estudo foi avaliar a ventilação controlada a pressão bem como as alterações hemodinâmicas e ventilatórias durante o PPC, comparando-a com a ventilação controlada a volume (VCV) convencionalmente utilizada. MÉTODO: Dezesseis cães anestesiados com tiopental sódico, citrato de fentanil e brometo de pancurônio, foram divididos aleatoriamente em dois grupos: VC - ventilação controlada a volume (n = 8) e PC - ventilação controlada a pressão (n = 8) Os parâmetros hemodinâmicos e ventilatórios foram monitorizados e registrados em 4 momentos: M1 (antes do PPC), M2 (30 minutos após PPC = 10 mmHg), M3 (30 minutos após PPC = 15 mmHg) e M4 (30 minutos após a deflação do PPC). RESULTADOS: Com a aplicação do PPC ocorreu um aumento do volume corrente no grupo PC, aumento das pressões inspiratórias (máxima e de platô), diminuição da complacência proporcional ao aumento do PPC, aumento da freqüência cardíaca, manutenção da pressão arterial média com valores maiores no grupo VC em todos os momentos, aumento da pressão de átrio direito com diminuição significativa após a deflação, diminuição do pH sangüíneo durante o PPC com menor variação no grupo PC, maior estabilidade da pressão parcial do CO2 no sangue arterial no grupo PC, sem alterações da pressão parcial do O2 no sangue arterial. CONCLUSÕES: Apesar das diferenças de alguns parâmetros hemodinâmicos e ventilatórios, entre os dois modos de controle da ventilação, nas condições estudadas foi possível a utilização da ventilação controlada a pressão para procedimentos com a aplicação do PPC. É fundamental observar o controle rigoroso da ventilação alveolar, ajustando a pressão inspiratória para manter eliminação adequada do CO2 e garantir oxigenação.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Pressure controlled ventilation (PCV) is available in anesthesia machines, but there are no studies on its use during CO2 pneumoperitoneum (CPP). This study aimed at evaluating pressure-controlled ventilation and hemodynamic and ventilatory changes during CPP, as compared to conventional volume controlled ventilation (VCV). METHODS: This study involved 16 dogs anesthetized with thiopental, fentanyl and pancuronium, which were randomly assigned to two groups: VC - volume controlled ventilation (n=8) and PC - pressure controlled ventilation (n=8). Hemodynamic and ventilatory parameters were monitored and recorded in 4 moments: M1 (before CPP), M2 (30 minutes after CPP = 10 mmHg), M3 (30 minutes after CPP=15 mmHg) and M4 (30 minutes after deflation). RESULTS: With CPP, there has been significant increase in tidal volume in PC group; there has been increase in airway pressures (peak and plateau), decrease in compliance with increase in CPP pressure, increase in heart rate, maintenance of mean blood pressure with higher values in the VC group in all stages; there was also increase in right atrium pressure with significant decrease after deflation, decrease in arterial pH with minor variations in PC group, greater arterial pCO2 stability in PC group, and no significant changes in arterial pO2. CONCLUSIONS: There were some differences in hemodynamic and ventilatory data between both ventilation control modes (VC and PC). It is possible to use pressure controlled ventilation during CPP, but the anesthesiologist must monitor and take a close look at alveolar ventilation, adjusting inspiratory pressure to ensure proper CO2 elimination and oxygenation.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La ventilación con presión controlada (PCV) está disponible en aparatos de anestesia, pero no existen estudios sobre su uso, durante el pneumoperitoneo con el CO2 (PPC). La finalidad de este estudio ha sido evaluar la ventilación controlada a presión, también como las alteraciones hemodinámicas y ventilatorias durante el PPC, comparándola con la ventilación controlada a volumen (VCV) convencionalmente utilizada. MÉTODO: Dieciséis perros anestesiados con tiopental sódico, citrato de fentanil y bromuro de pancuronio, fueron divididos eventualmente en dos grupos: VC - ventilación controlada a volumen (n = 8) y PC - ventilación controlada a presión (n = 8) Los parámetros hemodinámicos y ventilatorios fueron monitorizados y registrados en 4 momentos: M1 (antes del PPC), M2 (30 minutos después del PPC = 10 mmHg), M3 (30 minutos después del PPC = 15 mmHg) y M4 (30 minutos después de la deflación del PPC). RESULTADOS: Con la aplicación del PPC ocurrió un aumento del volumen corriente en el grupo PC, aumento de las presiones inspiratorias (máxima y de plato), disminución de la complacencia proporcional al aumento del PPC, aumento de la frecuencia cardiaca, mantenimiento de la presión arterial media con valores mayores en el grupo VC en todos los momentos, aumento de la presión del atrio derecho con disminución significativa después de la deflación, disminución del pH sanguíneo durante el PPC con menor variación en el grupo PC, mayor estabilidad de la presión parcial del CO2 en la sangre arterial en el grupo PC, sin alteraciones de la presión parcial de la O2 en la sangre arterial. CONCLUSIONES: A pesar de las diferencias de algunos parámetros hemodinámicos y ventilatorios, entre los dos modos de control de la ventilación, en las condiciones estudiadas fue posible la utilización de la ventilación controlada a presión para procedimientos con la aplicación del PPC. Es fundamental observar el control riguroso de la ventilación alveolar, ajustando la presión inspiratoria para mantener una eliminación adecuada del CO2 y garantizar oxigenación.