Assumindo a Literatura e a Música Popular Brasileira enquanto práticas discursivas, nosso objetivo neste artigo é analisar os aspectos estilísticos de três enunciados dos gêneros poema e canção, produzidos respectivamente nas esferas discursivas literária e verbomusical, e que mantêm entre si um diálogo intertextual. Os textos analisados, sob a ótica dos estudos de Bakhtin e de seu Círculo, são o poema Até logo, até logo, companheiro, tradução de Augusto de Campos para texto de Sierguéi Iessiênin; a canção quase homônima, musicada por Toquinho a partir da tradução de Campos; e a canção Até mais ver, uma adaptação do poema de Iessiênin feita por Belchior, que dialoga também com o poema In extremis de Olavo Bilac. Em nosso estudo, verificamos como se dá a relação interdiscursiva, se de modo contratual ou polêmico, operada pelos autores-criadores Augusto de Campos, Toquinho e Belchior, a partir de Sierguéi Iessiênin.
Assuming Literature and Brazilian Popular Music (MPB) as discoursive practices, this paper aims at analysing the stylistical aspects of three propositions of the genres poem and song, stated in the literary and "verbomusical" discoursive fields which are in intertextual dialogue. The analysed texts, under the perspective of Bakhtin and his Circle, are the poem Até logo, até logo, companheiro, as translated by Augusto de Campos from the original by Sierguéi Iessiênin; the almost homonymous song, set to music by Toquinho, from the translation by Campos; and the song Até mais ver, an adaptation of the poem by Iessiênin, as recorded by Belchior - who also refers to the poem In extremis, by Olavo Bilac. In our research, we verified how the interdiscoursive relation takes place, either contractual or polemycal, established by the author-creators Augusto de Campos, Toquinho and Belchior, from the original by Sierguéi Iessiênin.