O objetivo do presente estudo foi avaliar a completitude e a concordância entre informações do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) e registros hospitalares em uma situação de elevado risco neonatal. Foi realizado o relacionamento probabilístico entre dados de uma Unidade de Cuidados Intensivos Neonatal pública e do SINASC (2005-2006), o que tornou possível analisar os dados de 170 nascidos vivos, com muito baixo peso ao nascer (500g - 1.499g) presentes em ambas as bases. As variáveis analisadas foram: idade materna, número de consultas de pré-natal, tipo de parto, sexo, peso ao nascer, Apgar 1º e 5º minutos e idade gestacional. A completitude no SINASC variou de 91,8% (Apgar 1º minuto) a 100% (sexo, parto e idade materna). Para avaliação da concordância foram utilizados o coeficiente kappa para variáveis dicotômicas, o coeficiente kappa ponderado para variáveis ordinais, e o coeficiente de correlação intraclasse (ICC) e a abordagem gráfica de Bland-Altman para variáveis contínuas. A concordância foi considerada boa a excelente para Apgar 1º minuto (kappa = 0,98), tipo de parto (kappa = 0,96), idade materna (ICC 0,95), Apgar 5º minuto (kappa = 0,93), sexo (kappa = 0,92) e consultas de pré-natal (kappa = 0,76); mas apenas razoável para idade gestacional (kappa = 0,50) e peso ao nascer (ICC = 0,57). Embora o peso ao nascer possa ser mais susceptível a erros de registro em uma população de risco neonatal elevado, a elevada confiabilidade observada na maioria das variáveis analisadas corrobora a importância do SINASC como fonte de informações para estudos de epidemiologia perinatal, mesmo para situações de elevado risco neonatal.
The objective of the present study was to evaluate the completeness and agreement between data obtained from the Live Birth Information System (SINASC) and hospital records for high neonatal risk situations. Using RecLink III software, a probabilistic data linkage was carried out using databases from a Public Health Neonatal Intensive Care Unit and SINASC (years 2005-2006), which made possible the analysis of data from 170 live births with very low birth weight (between 500g and 1,499g), present at both databases. Variables evaluated were: maternal age, number of antenatal care visits, delivery type, sex, birth weight, Apgar score at 1st and 5th minutes and gestational age. Completeness in SINASC varied from 91.8% (1st minute Apgar Score) to 100% (variables sex, delivery type and maternal age). To evaluate agreement, kappa coefficient was used for dichotomous variables, weighted kappa was used for ordinal variables and intraclass correlation coefficient (ICC) and Bland-Altman graphic approach were used for continuous variables. Agreement was considered good to excellent for 1ST minute Apgar score (weighted kappa = 0.98), delivery type (kappa = 0.96), maternal age (ICC = 0.95), 5TH minute Apgar Score (weighted kappa = 0.93), sex (kappa = 0.92) and antenatal care visits (weighted kappa = 0.76), but only fair for gestational age (weighted kappa = 0.50) and birth weight (ICC = 0.57). Although birth weight might be more prone to registry errors in high risk neonatal populations, the elevated reliability observed for most variables analyzed corroborates SINASC importance as a source of information for perinatal epidemiology studies, even when dealing with high risk neonatal situations.