OBJETIVO: Avaliar a influência da vida académica na saúde de estudantes universitários. MÉTODOS: Estudo longitudinal envolvendo 154 estudantes de graduação da Universidade de Aveiro, Portugal, por pelo menos dois anos de acompanhamento. Características sociodemográficas e comportamentais foram recordados, por meio de questionários. Foram medidos peso, altura, pressão arterial, glicemia, perfil lipídico e os níveis séricos de homocisteína dos alunos. Foi realizada análise de regressão com modelos lineares mistos considerando as medidas repetidas de cada sujeito. RESULTADOS: Estudantes expostos à vida académica, quando comparados àqueles de ingresso recente à universidade apresentaram proporção mais elevada de dislipidemia (44,0% versus 28,6%), sobrepeso (16,3% versus 12,5%) e tabagismo (19,3% versus 0,0%). No geral, foi observada alta proporção de sedentarismo (cerca de 80%). O colesterol total, lipoproteína de alta densidade, triglicérides, pressão arterial sistólica e níveis de atividade física apresentaram associação significativa com o género (p < 0,001). A exposição académica apresentou-se associada com o aumento dos níveis das lipoproteínas de baixa densidade (cerca de 1,12 vezes), e marginalmente com os níveis de colesterol total (p = 0,041). CONCLUSÕES: Nem o alto nível de instrução parece ter papel protetor na adoção de estilo de vida saudável, tampouco o envolvimento com áreas de saúde muda o comportamento dos estudantes. Altas proporções de fatores de risco para doenças não-transmissíveis em jovens universitários podem afetar seu bem-estar. Os resultados podem servir de apoio às universidades no desenvolvimento de programas de prevenção e promoção da saúde.
OBJECTIVE: To assess the impact of academic life on health status of university students. METHODS: Longitudinal study including 154 undergraduate students from the Universidade de Aveiro, Portugal, with at least two years of follow-up observations. Sociodemographic and behavioral characteristics were collected using questionnaires. Students' weight, height, blood pressure, serum glucose, serum lipids and serum homocysteine levels were measured. Regression analysis was performed using linear mixed-effect models, allowing for random effects at the participant level. RESULTS: A higher rate of dyslipidemia (44.0% vs. 28.6%), overweight (16.3% vs. 12.5%) and smoking (19.3% vs. 0.0%) was found among students exposed to the academic life when compared to freshmen. Physical inactivity was about 80%. Total cholesterol, high density lipoprotein-cholesterol (HDL-C), triglycerides, systolic blood pressure, and physical activity levels were significantly associated with gender (p<0.001). Academic exposure was associated with increased low density lipoprotein-cholesterol (LDL-C) levels (about 1.12 times), and marginally with total cholesterol levels (p=0.041). CONCLUSIONS: High education level does not seem to have a protective effect favoring a healthier lifestyle and being enrolled in health-related areas does not seem either to positively affect students' behaviors. Increased risk factors for non-transmissible diseases in university students raise concerns about their well-being. These results should support the implementation of health promotion and prevention programs at universities.
OBJETIVO: Evaluar la influencia de la vida académica en la salud de estudiantes universitarios. MÉTODOS: Estudio longitudinal involucrando 154 estudiantes de pregrado de la Universidad de Aveiro, Portugal, por al menos dos años de acompañamiento. Características sociodemográficas y de comportamiento fueron recordados, por medio de cuestionarios. Se midieron peso, altura, presión arterial, glicemia, perfil lipídico y los niveles séricos de homocisteína de los alumnos. Se realizó análisis de regresión con modelos lineares mixtos considerando las medidas repetidas de cada sujeto. RESULTADOS: Estudiantes expuestos a la vida académica, al compararlos con aquellos de ingreso reciente a la universidad presentaron proporción más elevado de dislipidemia (44,0% versus 28,6%), sobrepeso (16,3% versus 12,5%) y tabaquismo (19,3% versus 0,0%). En general, se observó alta proporción de sedentarismo (cerca de 80%). El colesterol total, lipoproteína de alta densidad, triglicéridos, presión arterial sistólica y niveles de actividad física presentaron asociación significativa con el género (p<0,001). La exposición académica se presentó asociada con el aumento de los niveles de las lipoproteínas de baja densidad (cerca de 1,12 veces), y marginalmente con los niveles de colesterol total (p=0,041). CONCLUSIONES: Ni el alto nivel de instrucción parece tener un papel protector en la adopción de estilo de vida saludable, tampoco el involucrarse con áreas de salud cambia el comportamiento de los estudiantes. Altas proporciones de factores de riesgo para enfermedades no transmisibles en jóvenes universitarios pueden afectar su bienestar. Los resultados pueden servir de apoyo a las universidades en el desarrollo de programas de prevención y promoción de la salud.