Este estudo investigou a influência do alargamento cervical feito com diferentes instrumentos rotatórios na determinação do instrumento apical inicial (IAI) das raizes mésio-vestibulares de molares inferiores. Foram utilizados 50 molares inferiores cujas raízes mesiais apresentavam dois forames apicais nitidamente separados (mésio-vestibular e mésio-lingual). Após o acesso à câmara pulpar de forma convencional e remoção do tecido pulpar, o comprimento de trabalho foi definido a 1 mm do ápice radicular. Os dentes foram divididos aleatoriamente em cinco grupos (n= 10) de acordo com o tipo de instrumento utilizado no alargamento cervical. No grupo 1, o IAI foi definido sem o prévio alargamento dos terços médio e cervical das raízes. Nos grupos 2 a 5, o terço cervical e médio do canal radicular foi alargado com as brocas de Gates-Glidden, instrumentos Pro Taper, Endo Flare e brocas LA Axxes, respectivamente. A determinação do IAI foi realizada manualmente com limas tipo K em ordem crescente de diâmetro a partir da lima 08 até se chegar ao instrumento que permitisse ao operador ter a sensação tátil do mesmo estar firmemente ajustado ao CRT. O instrumento que correspondeu ao IAI foi fixado no interior do canal radicular com cianocrilato de metila. Com o IAI posicionado, os dentes foram seccionados transversalmente até 1 mm do ápice. As seções transversais do CRT foram observadas através da microscopia eletrônica de varredura e os desajustes entre o diâmetro do canal e o diâmetro do IAI foram calculados com a função "régua" (FEG) do software do próprio microscópio. Os resultados foram avaliados estatisticamente pelo testes de Kruskal-Wallis e Dunn ao nível de significância de 5%. Houve diferenças estatisticamente significantes entre os grupos (p<0,05). O grupo sem alargamento apresentou o maior desajuste (125,30 ±51,54) e diferiu significativamente dos demais grupos (p<0,05). O alargamento cervical com as brocas LA Axxess apresentou os menores desajustes (55,10 ± 48,31), seguido de EndoFlare (68,20 ± 42,44), Gattes Glidden (68,90 ± 42,46) e limas ProTaper (77,40 ± 73,19). Contudo, não houve diferenças estatisticamente significantes entre os instrumentos rotatórios (p<0,05). Conclui-se que o alargamento cervical melhorou a adaptação do IAI aos canais no CRT das raízes mésio-vestibulares dos primeiros molares inferiores. Os instrumentos rotatórios avaliados neste estudo não apresentaram diferenças estatísticas entre si no que diz respeito aos desajustes entre as dimensões do IAI e o diâmetro do canal no CRT.
This study investigated the influence of cervical preflaring with different rotary instruments on determination of the initial apical file (IAF) in mesiobuccal roots of mandibular molars. Fifty human mandibular molars whose mesial roots presented two clearly separated apical foramens (mesiobuccal and mesiolingual) were used. After standard access opening and removal of pulp tissue, the working length (WL) was determined at 1 mm short of the root apex. Five groups (n=10) were formed at random, according to the type of instrument used for cervical preflaring. In group 1, the size of the IAF was determined without preflaring of the cervical and middle root canal thirds. In groups 2 to 5, preflaring was performed with Gates-Glidden drills, ProTaper instruments, EndoFlare instruments and LA Axxes burs, respectively. Canals were sized manually with K-files, starting with size 08 K-files, inserted passively up to the WL. File sizes were increased until a binding sensation was felt at the WL and the size of the file was recorded. The instrument corresponding to the IAF was fixed into the canal at the WL with methylcyanoacrylate. The teeth were then sectioned transversally 1 mm short of the apex, with the IAF in position. Cross-sections of the WL region were examined under scanning electron microscopy and the discrepancies between canal diameter and the diameter of IAF were calculated using the tool "rule" (FEG) of the microscope's proprietary software. The measurements (µm) were analyzed statistically by Kruskal-Wallis and Dunn's tests at 5% significance level. There were statistically significant differences among the groups (p<0.05). The non-flared group had the greatest discrepancy (125.30 ± 51.54) and differed significantly from all flared groups (p<0.05). Cervical preflaring with LA Axxess burs produced the least discrepancies (55.10 ± 48.31), followed by EndoFlare instruments (68.20 ± 42.44), Gattes Glidden drills (68.90 ± 42.46) and ProTaper files (77.40 ± 73.19). However, no significant differences (p>0.05) were found among the rotary instruments. In conclusion, cervical preflaring improved IAF fitting to the canals at the WL in mesiobuccal roots of maxillary first molars. The rotary instruments evaluated in this study did not differ from each other regarding the discrepancies produced between the IAF size and canal diameter at the WL.