FUNDAMENTO: O reconhecimento precoce dos sinais e sintomas de um acidente vascular cerebral (AVC) é relevante no prognóstico do paciente, pois aumenta a chance do uso da terapia trombolítica. OBJETIVO: Avaliar o conhecimento sobre AVC entre uma amostra de pacientes tratados em uma clínica cardiológica, comparando-o com o de uma amostra da população freqüentadora de um parque recreativo. MÉTODO: Aplicamos um questionário estruturado acerca de conhecimentos gerais sobre AVC a pacientes de uma clínica cardiológica durante uma semana. Aplicamos o mesmo questionário numa única manhã a freqüentadores de um parque recreativo que paravam espontaneamente em um stand de informações sobre saúde. Além de dados demográficos, o questionário avaliava conhecimento sobre sintomas e sinais de AVC, fatores de risco e conceitos gerais sobre a doença. RESULTADOS: Foram respondidos 222 questionários, 109 pelo grupo da clínica de cardiologia (Ca) e 113 pelo grupo do parque (Pa). O grupo do parque reconheceu melhor três sintomas: cefaléia (Ca: 39%; Pa: 61%; p: 0,001), déficit visual (Ca: 15,8%; Pa: 30,9%; p: 0,007) e hemiparesia (Ca: 26%; Pa: 41%; p: 0,026). O grupo do parque associou melhor três fatores de risco ao AVC: diabetes (Ca: 22,9%; Pa: 37,2%; p: 0,021), tabagismo (Ca: 51,4%; Pa: 67,2%; p: 0,011) e colesterol alto (Ca: 54,1%; Pa: 69,9%; p: 0,015). CONCLUSÃO: Nossos resultados sugerem que pacientes tratados em uma clínica cardiológica não têm melhor conhecimento sobre AVC quando comparados a uma amostra da população. Campanhas visando aumentar o conhecimento sobre o AVC podem ter grande impacto na saúde pública, especialmente entre grupos de alto risco para essa condição, como pacientes com doenças cardiovasculares.
BACKGROUND: The early recognition of stroke signs and symptoms is of great relevance concerning the outcome, since it enhances the chances of thrombolytic therapy use. PURPOSE: To compare the knowledge of stroke among a community-based sample and patients treated in a cardiologic clinic. METHOD: We applied a questionnaire during one morning to people who were walking in a park (Pa) and spontaneously stopped at a health tent and during one week to patients of a cardiologic clinic (Ca). The survey assessed demographic details, awareness of stroke symptoms and signs, risk factors and general concepts of stroke. RESULTS: A total of 222 questionnaires were answered, 109 by the cardiologic clinic group and 113 by the park group. The park group recognized better three associated symptoms: headache (Ca: 39%; Pa: 61%; p: 0.001), loss of vision (Ca: 15.8%; Pa: 30.9%; p: 0.007) and unilateral paralysis/weakness (Ca: 26%; Pa: 41%; p: 0.026). The park group recognized better 3 risk factors: diabetes (Ca: 22.9%; Pa: 37.2%; p: 0.021), smoking (Ca: 51.4%; Pa: 67.2%; p: 0.011) and high cholesterol (Ca: 54.1%; Pa: 69.9%; p: 0.015). CONCLUSION: Our results suggest that patients treated in a cardiologic clinic do not show a better knowledge of stroke when compared to a community-based sample. Campaigns to increase stroke knowledge can have a great impact on public health, especially among enhanced risk groups, such as cardiovascular patients.