Resumo A controvérsia científico-técnica internacional sobre as benzodiazepinas, intensa durante os anos 1980 e 1990, questionou seu lugar na prática clínica devido a sua potencialidade aditiva e pelo abuso que médicos e pacientes pareciam realizar. Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa que teve como objetivo analisar o papel dessa controvérsia nas práticas médica, psiquiátrica e psicológica nos serviços de saúde pública do Uruguai. Utilizou-se metodologia qualitativa e combinou-se um levantamento de artigos acadêmicos nacionais (1960-2012), entrevistas em profundidade com 45 profissionais e dois grupos de discussão. Realizou-se análise de conteúdo a partir de quatro eixos: ansiedade na clínica, prescripção, relação entre tratamentos farmacológicos e não farmacológicos e avaliação das benzodiacepinas. Obteve-se um panorama diacrônico da controvérsia acadêmica e identificou-se uma avaliação condicional desses medicamentos realizada pelos profissionais, que supõe: reconhecimento de atributos positivos e negativos das benzodiazepinas, uso controlado, médicos e pacientes vigilantes de seus próprios comportamentos. Conclui-se que a controvérsia é levantada em termos individuais, o que obstaculiza uma discussão global das dimensões políticas e coletivas implicadas.
Resumen La controversia científico-técnica internacional sobre las benzodiacepinas, intensa durante los años ochenta y noventa, cuestionó su lugar en la práctica clínica, por su potencialidad adictiva, y por el abuso que médicos y pacientes parecerían realizar. Este artículo presenta resultados de una investigación que tuvo como objetivo analizar el papel de dicha controversia en las prácticas médica, psiquiátrica y psicológica en los servicios de salud pública uruguayos. Se utilizó metodología cualitativa y se combinó relevamiento de artículos académicos nacionales (1960-2012), entrevistas en profundidad a 45 profesionales y dos grupos de discusión. Se efectuó análisis de contenido desde cuatro ejes: ansiedad en la clínica, prescripción, relación tratamientos farmacológicos con no farmacológicos y valoración de benzodiacepinas. Se obtuvo un panorama diacrónico de la controversia académica y se identificó una valoración condicional de estos medicamentos realizada por los profesionales que supone: reconocimiento de atributos positivos y negativos de las benzodiacepinas, uso mesurado, médicos y pacientes vigilantes de sus propios comportamientos. Se concluye que la controversia se plantea en términos individuales, lo que obstaculiza una discusión global de las dimensiones políticas y colectivas implicadas.
Abstract The international technoscientific controversy on benzodiazepines, especially intense during the 1980s and 1990s, questioned the place of benzodiazepines in clinical practice because of its addictive potentiality and the abuse of physicians and patients. This article presents some results from a research that aimed to analyze the role of benzodiazepine controversy in medical, psychiatric and psychological practices in Uruguayan public health services. This research methodology was qualitative, combining a review of national academic articles (1960-2012), in-depth interviews with 45 professionals and two discussion groups. Content analysis was carried out using four axes: anxiety in clinic practice, prescription, relationship between pharmacologic and non-pharmacologic treatment, and benzodiazepines valoration. We obtained a diachronic pictures of the academic controversy and we identified a conditional assessment of these medicines made by the professionals. This assessment implies: the recognition of positive and negative attributes of benzodiazepines, a controlled use of benzodazepines, and professionals and patients that must watch their own behaviors. We conclude that the controversy is presented mainly in individual terms, and this prevents a global discussion on the political and collective dimensions involved.