OBJETIVO: Avaliar o comportamento da glicemia em recém-nascidos (RN) de mães hipertensas conforme o tratamento materno. MÉTODOS: Estudo prospectivo, randomizado, incluindo 93 RN de mães tratadas com isradipina(n=39), atenolol (n=40) ou dieta - controle (n=14). Determinou-se a glicemia ao nascimento (mãe e RN, pela glicose oxidase) e na 1ª., 3ª., 6ª., 12ª. e 24ª. horas (RN, por fita reagente). A evolução da glicemia, em cada grupo, foi analisada (Teste de Friedman). Os grupos foram comparados, quanto às glicemias, em cada momento (Teste de Kruskall-Wallis) e foram ajustados modelos de regressão linear para as glicemias (variável independente = glicemia materna; variáveis dependentes = glicemias de cordão, 3ª. e 6ª. horas). RESULTADOS: Não houve diferença estatisticamente significante entre as glicemias médias dos 3 grupos, em qualquer uma das coletas. Houve correlação entre as glicemias materna e de cordão umbilical nos grupos isradipina (r =0,61; p<0,05) e controle (r =0,84; p<0,05); entre as glicemias materna e 3ª. e 6ª. horas, houve apenas no grupo controle (materna X 3ª.hora: r = 0,65; p<0,05; materna X 6a.hora: r =0,68; p<0,05). Não houve correlação em nenhum momento no grupo atenolol. Detectou-se hipoglicemia em 51,3% (Isradipina), 60% (Atenolol) e 35,7% (Controle), mais freqüentemente na 1ª. hora de vida, em todos os grupos. CONCLUSÕES: Os resultados sugerem efeito semelhante dos 3 tipos de terapêutica sobre a glicemia do RN. As análises de correlação sugerem que a isradipina possa ter efeitos sobre a glicemia somente após o nascimento (correlação apenas em cordão umbilical), enquanto o atenolol, possa atuar mais precocemente (não se correlacionou em nenhum momento). Também reforçam a necessidade de controle glicêmico desde a 1ª. hora de vida em RN de mães hipertensas, submetidas ou não a tratamento medicamentoso.
PURPOSE: To evaluate the evolution of glycemic levels in newborns of hypertensive mothers according to maternal treatment. METHODS: Prospective randomized study, including 93 newborns of mothers treated with isradipine (n = 39), atenolol (n = 40), or low sodium diet (control group - n=14). Glycemia was determined at birth (mother and newborn by the oxidase glucose method) and in the 1st, 3rd, 6th, 12th, and 24th hours after birth (newborn by a test strip method). The evolution of glycemia was analyzed in each group (Friedman test). The groups were compared regarding glycemia (Kruskall-Wallis test), and linear regression models were constructed for the analyses (independent variable = maternal glycemia; dependent variables = umbilical cord, 3rd, and 6th hour glycemia). RESULTS: There were no statistically significant differences among the mean blood glucose levels of the 3 groups in any of the assessments. There was a correlation between maternal and umbilical cord blood glucose in the isradipine (r = 0.61; P <.05) and control (r = 0.84; P <.05) groups. Regarding glycemia levels of the mothers and newborns in the third and sixthhours postpartum, this correlation was present only in the control group (maternal x third hour: r = 0.65; P <.05; maternal x sixth hour: r = 0.68; P <.05). There were no correlations in the atenolol group. Hypoglycemia was detected in 51.3% of the isradipine group, 60% of the atenolol group, and 35.7% of the control group, and it was more frequent in the first hour postpartum in all groups. CONCLUSIONS: The results suggest a similar effect of the 3 types of treatment upon newborn glycemia. The correlation analysis suggests that isradipine could have effects upon newborn glycemia only after birth (correlation only in umbilical cord blood), whereas atenolol could act earlier (there was no correlation at any moment). The results also point to the need for glycemic control from the first hour postpartum of newborns of hypertensive mothers whether they have or have not undergone treatment with antihypertensive drugs.