INTRODUÇÃO: O Acidente Vascular Encefálico (AVE) constitui uma das principais causas de internações e mortalidade, causando, em cerca de 90% dos sobreviventes, algum tipo de deficiência, seja ela parcial ou total. Os comprometimentos funcionais variam de um indivíduo para o outro e o desempenho das habilidades de atividades de vida diária (AVD) são fortemente prejudicados. OBJETIVOS: Avaliar a independência funcional de indivíduos na fase crônica após AVE e verificar a sua relação com a realização de tratamento fisioterapêutico. MATERIAIS E MÉTODOS: A amostra constou de 69 hemiparéticos crônicos com média de idade de 64-65 anos. Para avaliar a funcionalidade, utilizou-se a Medida de Independência Funcional (MIF) e foram determinados os efeitos "chão" e "teto". A análise estatística incluiu o teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov, média e desvio-padrão, e o teste de Mann-Whitney. RESULTADOS: Segundo o domínio motor da MIF, o item "controle de esfíncteres (fezes)" apresentou o maior número de indivíduos realizando de forma totalmente independente (88,4%) e o item "subir e descer escadas" foi o que obteve menor escore. Todos os itens do domínio cognitivo obtiveram médias superiores a 6,4 pontos. Foi encontrado elevado efeito teto para ambos os domínios, motor e cognitivo. Apenas a dimensão transferências diferiu significativamente entre os que faziam e os que não faziam fisioterapia (p = 0,01). CONCLUSÃO De modo geral, não houve relação entre a independência funcional e a realização da fisioterapia. Entretanto, o elevado efeito teto pode ter interferido nos resultados, sugerindo limitação da MIF em discriminar os indivíduos avaliados.
INTRODUCTION: Stroke is a leading cause of hospitalization and mortality, causing some type of disability in approximately 90% of survivors, whether partial or total. The functional impairment varies from one individual to the other and the performance skills of activities of daily living (ADLs) are strongly affected. OBJECTIVES: To assess the functional independence of individuals in the chronic phase after stroke and to determine its relation with the treatment by physiotherapy. MATERIALS AND METHODS: The sample consisted of 69 chronic hemiparetic individuals with a mean age of 64-65 years old. In order to evaluate the functionality, the Functional Independence Measure (FIM) was used and the floor and ceiling effects were determined. Statistical analysis included the normality test of Kolmogorov-Smirnov, mean and standard deviation and the Mann-Whitney test. RESULTS: According to the FIM motor domain, the item "sphincter control (feces)" had the highest number of individuals performing totally independently (88.4%) and the item "going up and down the stairs" showed the lowest scores. All items in the cognitive domain had means higher than 6.4 points. Ceiling effect for both motor and cognitive areas was found. Only the transfer dimension differed significantly between those who did and those who did not do physical therapy (p = 0.01). CONCLUSION: Overall, there was no relation between functional independence and physical therapy. However, the ceiling effect may have influenced the results, suggesting MIF restriction in discriminating the evaluated individuals.