RESUMO Introdução: A agitação é um sintoma neuropsiquiátrico recorrente em idosos com demência. No ambiente doméstico, essa condição impõe aos familiares cuidadores o desafio de intervir adequada e precocemente a fim de minimizar visitas às emergências, internações ou até mesmo institucionalizações de longa permanência. Objetivo: Identificar as intervenções não farmacológicas utilizadas por familiares cuidadores no manejo da agitação em idosos com demência. Métodos: Pesquisa qualitativa realizada com 11 familiares cuidadores de idosos em Minas Gerais, Brasil. Foram realizadas entrevistas com roteiro semiestruturado e, para a análise, foi empregada a técnica de análise de conteúdo. Resultados: As intervenções mais utilizadas foram: a conversa, a escuta, a distração, o uso de brinquedos, a música/canto e a leitura da Bíblia para acessar a espiritualidade/religiosidade. Verificou-se que, diante dos desafios impostos pela demência ao cuidado e dos desgastes físico e emocional experimentados, os familiares esforçaram-se para acolher e oferecer suporte humano ao idoso, além de sentirem-se satisfeitos por terem a oportunidade de retribuir o cuidado que receberam. Conclusão: Não há uma intervenção capaz de responder a todos os comportamentos agitados. A experiência e o vínculo desenvolvido entre familiares cuidadores e idosos ajudaram a guiar a escolha individual de intervenções não farmacológicas mais eficazes, provavelmente, por facultar certa antecipação das respostas dos idosos.
ABSTRACT Introduction: Agitation is a neuropsychiatric symptom recurrent in elderly people with dementia. In the daily life of the home setting, this condition imposes on the family caregivers the challenge of finding appropriate management strategies for avoiding visits to the emergency room, hospitalizations, or even long-term institutionalization. Objective: To identify the nonpharmacological strategies used by family caregivers in the management of agitation in elderly people with dementia. Methods: Qualitative research carried out with 11 family caregivers of elderly people in Minas Gerais, Brazil. The data collection was carried out through interviews with semi-structured repertory of quotations. The content analysis technique was used to interpret the data. Results: The most commonly used strategies for agitation management were identified. These were conversation, listening, distraction, use of toys, music/singing, and reading the Bible for accessing spirituality or religiosity. It was verified that, in the face of the challenges imposed by dementia onto the care and the physical and emotional outwearing experienced, family caregivers strived to welcome and provide human support to the elderly relative, in addition to feeling satisfied to have the opportunity to give back the care received Conclusions: There is no intervention capable of responding effectively to all agitation-related behaviors. However, the experience and the relationship developed between family caregivers and the elderly guided the individual choice for the most effective nonpharmacological interventions, probably by providing some anticipation to the elderly’s responses.
RESUMEN Introducción: La agitación es un síntoma neuropsiquiátrico recurrente en ancianos con demencia. En el cotidiano del ambiente doméstico, esta condición impone a los familiares cuidadores el desafío de encontrar estrategias adecuadas de manejo a fin de evitar las visitas a emergencias, hospitalizaciones o incluso la institucionalización a largo plazo. Objetivo: Identificar las estrategias no farmacológicas utilizadas por los familiares cuidadores en el manejo de la agitación en ancianos con demencia. Métodos: Investigación cualitativa realizada con 11 familiares cuidadores de ancianos en Minas Gerais, Brasil. La recolección de datos fue realizada a través de entrevistas con guión semiestructurado. Para la interpretación de los datos se utilizó la técnica de análisis de contenido. Resultados: Se identificaron como estrategias más utilizadas para el manejo de la agitación: la conversación, la escucha, la distracción, el uso de juguetes, la música/canto y la lectura de la Biblia para acceder a la espiritualidad/religiosidad. Se verificó que, frente a los desafíos impuestos por la demencia al cuidado y el desgaste físico y emocional experimentado, los familiares cuidadores se esforzaron para acoger y brindar apoyo humano al familiar anciano, además de sentirse satisfechos por tener la oportunidad de retribuir el cuidado que recibieron. Conclusiones: No hay una intervención capaz de responder efectivamente a todos los comportamientos agitados. Sin embargo, la experiencia y el vínculo desarrollado entre familiares cuidadores y ancianos guiaron la elección individual de las intervenciones no farmacológicas más efectivas, probablemente al proporcionar cierta anticipación de las respuestas de los ancianos.