OBJETIVO: Os sorotipos (Ia, Ib e II ao IX) do estreptococo do grupo B (GBS) são classificados baseado nas variações em seus polissacarídeos capsulares; sua prevalência difere entre diferentes áreas geográficas. Nós examinamos a prevalência de todos os sorotipos do estreptococo do grupo B em amostras de swabs vaginal e retal obtidas de 363 mulheres seguidas em um centro de referência brasileiro, o Hospital da Mulher Professor Doutor José Aristodemo Pinotti; a susceptibilidade bacteriana a antibióticos foi também determinada. MÉTODO A prevalência de estreptococo do grupo B positivo foi avaliada por aglutinação em látex e através de análise por multiplex PCR; susceptibilidade bacteriana a antibióticos, tais como clindamicina, eritromicina, levofloxacin, linezolide, penicilina e tetraciclina foi determinada pelo método de disco difusão. RESULTADOS: (a) Tanto a cultura padrão para estreptococo do grupo B quanto a análise por multiplex PCR testaram positivos para 83 swabs. A prevalência para colonização por GBS foi 20%. O sorotipo Ia foi o mais prevalente (n= 43/83; 52%), seguido pelo sorotipo V (n= 14/83; 17%); De acordo com a origem anatômica, o sorotipo Ia positivou 27/59 (46%) e 16/24 (67%) das amostras vaginais e retais, respectivamente; o teste de PCR também identificou os sorotipos Ib, II, III, VI. O sorotipo VI é raramente descrito e não reportado no Brasil ou na América Latina até esta data. (b) O teste de aglutinação em látex somente identificou 44 amostras positivas, todas das quais foram sorotipadas: 34 destas amostras (77%) tiveram os sorotipos coincidindo com aqueles identificados pela multiplex PCR. (c) Somente uma amostra (sorotipo Ia) mostrou resistência a eritromicina e clindamicina. CONCLUSÃO: Estudos regionais sobre a prevalência dos sorotipos do estreptococo do grupo B são essenciais para guiar medidas imunoprofiláticas (vacinas) e a implementação de adequada antibiótico profilaxia. Neste estudo, a incidência do sorotipo VI foi descrita pela primeira vez na população Brasileira, um novo e raro sorotipo do estreptococo do grupo B.
OBJECTIVE: Group B Streptococcus (GBS) serotypes (Ia, Ib and II to IX) are classified based on variations in their capsular polysaccharide; their prevalence differs between different geographic areas. We examined the prevalence of all GBS serotypes in rectal and vaginal swab samples obtained from 363 pregnant women followed at a Brazilian referral center (Hospital da Mulher Professor Doutor José Aristodemo Pinotti); bacterial susceptibility to antibiotics was further determined. METHOD: Prevalence of positive GBS was evaluated by latex agglutination and by multiplex PCR analysis; bacterial susceptibility to antibiotics, such as clindamycin, erythromycin, levofloxacin, linezolid, penicillin and tetracycline was determined by the disk diffusion method. RESULTS: (a) standard GBS culture and the multiplex PCR analysis tested positive for 83 swabs, collected from 72 women (prevalence of GBS colonization: 72/363; 20%); the most prevalent Serotype was Ia (n=43/83; 52%), followed by serotype V (n=14/83; 17%); according to anatomical origin, serotype Ia accounted for 27/59 (46%) and 16/24 (67%) of the vaginal and rectal samples, respectively; PCR also identified serotypes Ib, II, III and VI. Serotype VI is rarely described and had not been previously reported in Brazil or in Latin America. (b) The latex agglutination test only identified 44 positive samples, all of which were serotyped: 34 of these samples (77%) had serotypes matching those identified by multiplex PCR. (c) Only one sample (serotype Ia) showed resistance to erythromycin and clindamycin. CONCLUSION: Regional studies on GBS serotypes prevalence are essential to guide immunoprophylactic interventions (vaccines) and the implementation of adequate antibiotic prophylaxis or treatment. In this study, the incidence of the serotype VI, a new and rare serotype of GBS was described for the first time in a Brazilian population.