Resumo Medicamentos neuropsiquiátricos são utilizados para variadas condições neurológicas e psiquiátricas. O objetivo deste artigo é analisar evolução e determinantes dos gastos públicos com esses medicamentos em Minas Gerais de 2010 a 2017. Dados do Sistema Integrado de Administração de Materiais e Serviços (SIAD) foram usados para estimar volumes de aquisição e gastos. Realizou-se análise de decomposição e, para os medicamentos antiparkinsonianos foi avaliado o elenco adquirido, aplicando-se, ainda, a técnica de Drug Utilization (DU90%). O gasto anual diminuiu 36%, passando de R$ 111,7 milhões em 2010 para R$ 40,9 milhões em 2017, tendo como fatores determinantes a queda de preços e de volume, associada às mudanças do drugmix, optando-se pela aquisição de produtos, em média, mais caros. Destaca-se o aumento dos gastos para a classe dos antiparkinsonianos, porém, com significativa mudança no elenco adquirido. Esse estudo contribuiu para um melhor entendimento dos gastos públicos com medicamentos neuropsiquiátricos. A redução do volume pode elevar o risco de desabastecimento. Com relação aos antiparkinsonianos, não há evidências que sugiram aumento da oferta para a população.
Abstract Neuropsychiatric drugs are used for a wide variety of neurological and psychiatric conditions. This article aims to analyze the trend and determinants of public expenditure of these medicines in Minas Gerais, from 2010 to 2017. Data from the Integrated Materials and Services Administration System (SIAD) database were used to estimate volumes of acquisition and expenditure. A breakdown analysis was performed, and the list of purchased drugs was reviewed, and the Drug Utilization technique (DU90%) applied concerning anti-Parkinson drugs. Annual expenditure dropped by 36%, from R$ 111.7 million in 2010 to R$ 40.9 million in 2017, and the determinant factors were the falling prices and volume, associated with changes in the drug mix, which favored the acquisition, on average, of more expensive products. Higher levels of expenditure for anti-Parkinson drugs stand out, however, with a significant change in the list purchased. This study contributed to a better understanding of public spending on neuropsychiatric drugs. A reduced volume can increase the risk of shortages. Regarding anti-Parkinson drugs, there is no evidence to suggest an increased supply to the population.