RESUMO Objetivo: identificar, a partir do discurso dos profissionais que trabalham em serviços de proteção a crianças e adolescentes, práticas que silenciam a violência intrafamiliar. Método: estudo qualitativo, realizado com 15 profissionais, sendo seis enfermeiros, dois psicólogos, dois médicos, dois agentes comunitários de saúde, dois conselheiros tutelares e um assistente social. Os dados foram coletados entre novembro de 2013 e março de 2015, utilizando entrevistas semiestruturadas. Para o processo de organização, análise e interpretação dos dados foi utilizada uma matriz teórica construída a partir da Etnografia Institucional e a técnica de análise foi a textual discursiva. Resultados: foram identificadas três categorias: O agir reducionista frente à violência intrafamiliar contra criança e adolescentes; Os encaminhamentos como transferência da responsabilidade de proteger; A exclusão do agressor do processo de intervenção. Conclusão: as práticas desenvolvidas pelos profissionais deste estudo podem contribuir para a reincidência da violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes, colocando em evidência as fragilidades dos serviços que compõem a rede de proteção infanto-juvenil. Diante disso, este estudo propõe refletir sobre novas formas de agir frente à violência intrafamiliar, com vistas a assegurar que crianças e adolescentes tenham seus direitos garantidos.
ABSTRACT Objective: The objective of this study is to identify practices that silence domestic violence from the discourse of professionals who work in children and adolescent protection services. Method: This is a qualitative study, carried out with fifteen professionals, being six nurses, two psychologists, two physicians, two community health agents, two child protective council workers, and one social worker. The data were collected between November 2013 and March 2015, using semi-structured interviews. For the process of organization, analysis, and interpretation of the data, we used a theoretical matrix built from Institutional Ethnography, and the technique of analysis used was the textual discourse. Results: We have identified three categories: the reductionist action in relation to the domestic violence against children and adolescents; referrals as the transfer of the responsibility to protect; and, the exclusion of the aggressor from the intervention process. Conclusion: The practices developed by the professionals of this study can contribute to the recurrence of domestic violence against children and adolescents, highlighting the weaknesses of the services that make up the child and youth protection network. Therefore, this study proposes to reflect on new ways of acting against domestic violence, in order to ensure that children and adolescents have their rights guaranteed.
RESUMEN Objetivo: identificar, a partir del discurso de los profesionales que trabajan en servicios de protección a niños y adolescentes, prácticas que silencian la violencia intrafamiliar. Método: estudio cualitativo, realizado con 15 profesionales, siendo seis enfermeros, dos psicólogos, dos médicos, dos agentes comunitarios de salud, dos consejeros tutelares y un asistente social. Los datos fueron recolectados entre noviembre de 2013 y marzo de 2015, utilizando entrevistas semi-estructuradas. Para el proceso de organización, análisis e interpretación de los datos se utilizó una matriz teórica construida a partir de la Etnografía Institucional y la técnica de análisis fue la textual discursiva. Resultados: se identificaron tres categorías: el actuar reduccionista frente a la violencia intrafamiliar contra niños y adolescentes; las referencias como transferencia de la responsabilidad de proteger; la exclusión del agresor del proceso de intervención. Conclusión: las prácticas desarrolladas por los profesionales de este estudio pueden contribuir a la reincidencia de la violencia intrafamiliar contra niños y adolescentes, resaltando las fragilidades de los servicios que componen la red de protección infanto-juvenil. Este estudio propone reflexionar sobre nuevas formas de actuar frente a la violencia intrafamiliar, con miras a asegurar que niños y adolescentes tengan sus derechos garantizados.