Resumo Objetivo: Realizar revisão sistemática das evidências de economia da saúde no cuidado de crianças e adolescentes com condições clínicas complexas, comparando no fim de vida o grupo inserido em cuidados paliativos com o grupo não inserido (grupo controle). Fontes de dados: As sete bases de dados pesquisadas foram PubMed, Embase, Web of Science, Cochrane Library, Biblioteca Virtual da Saúde-Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (BVS-LILACS), EBSCOhost e Paediatric Economic Database Evaluation, seguindo as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) Statement, de janeiro/1979 a novembro/2020. A revisão incluiu estudos com pacientes com condições clínicas complexas, idade inferior a 18 anos, comparativos de um grupo inserido em cuidados paliativos com um grupo controle não inserido em cuidados paliativos. Os desfechos econômicos analisados foram tempo e local de permanência no fim de vida (casa, hospice, enfermaria, unidade de terapia intensiva, pronto-socorro), procedimentos diagnósticos e terapêuticos realizados e custos relacionados aos cuidados de saúde. Os critérios de exclusão foram: estudos sem grupo controle pareados, resumos de conferências/congressos, cartas ao editor, editoriais, comentários, estudos qualitativos, revisões narrativas, estudos com dez ou menos participantes, artigos publicados em outras línguas além de inglês, português e espanhol. Síntese dos dados: Do total de 518 artigos identificados, quatro preencheram os critérios de inclusão. Houve evidências de benefícios econômicos diretos de redução de custos monetários relacionados à saúde e também indiretos, de economia e proteção ao paciente de procedimentos invasivos, cirurgias e terapias onerosas, que geram maior sofrimento no fim de vida. Portanto, estar inserido em um programa de cuidados paliativos promoveu economia de recursos financeiros e tecnológicos, além de ter possibilitado maior frequência de óbitos no domicílio e maior qualidade de vida. Conclusões: Políticas públicas e privadas para promover cuidados paliativos representam melhor eficiência na alocação dos recursos disponíveis para cuidados em saúde.
Abstract Objective: To perform a systematic review of the health economic evidence on the care of children and adolescents with complex clinical conditions, comparing groups included and not included (control group) in palliative care at the end of life. Data source: The seven databases searched were PubMed, Embase, Web of Science, Cochrane Library, Virtual Health Library–Latin American and Caribbean Health Sciences Literature (VHL-LILACS), EBSCOhost, and Paediatric Economic Database Evaluation, following recommendations of the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) Statement, from January 1979 to November 2020. The review included studies of patients under 18 years of age with complex clinical conditions that compared a palliative care group with a control group. The economic outcomes analyzed were length and place of stay at the end of life (home, hospice, ward, intensive care unit, emergency room), diagnostic and therapeutic procedures performed, and health-related costs. The exclusion criteria were: studies without a matched control group, conference/congress abstracts, letters to the editor, editorials, comments, qualitative studies, narrative reviews, studies with ten or fewer participants in each group, articles published in languages other than English, Portuguese, or Spanish. Data synthesis: Out of the 518 articles identified, 4 met the inclusion criteria. We found evidence of direct economic benefits, such as reduced health costs, indirect savings, and protection of patients from undergoing invasive procedures, surgeries, and costly therapies, which cause greater suffering at the end of life. Therefore, participating in a palliative care program saved financial and technological resources, besides increasing the frequency of deaths at home and improving the quality of life. Conclusions: Public and private policies to promote palliative care represent better efficiency when allocating available health care resources.