Por que a sensação generalizada de falta de tempo? Tomando-se esta questão como ponto de partida, trata-se de explorar alguns tipos de temporalidade da sociedade moderna para, em seguida, enfocar diretamente o tempo próprio da atividade intelectual - a temporalidade do saber -, por hipótese irredutível à racionalidade dos ritmos da produtividade a todo custo. Discute-se inicialmente a temporalidade fundamental da sociedade capitalista, com seu tempo linear, homogêneo, infinitamente decomponível, marcado pelo imperativo da protividade. Menciona-se a importância do tempo cíclico, que o capitalismo não chega a abolir, para se colocar a especificidade do tempo do trabalho intelectual, marcado pela criação e pelo acaso. A pesquisa pretende detectar como, no trahalho dos docentes da Universidade de São Paulo, coloca-se a questão da temporalidade do saber, face ao processo de modernização da universidade, que pretende instituir, de forma sólida, a temporalidade da produtividade.
Why the generalised sensation of lack of time? Taking this question as its starting point, this article aims to explore some forms of temporality in modern society, in order to analyse the proper time of intellectual work: the temporality of knowledge, by assumption inreducible to the time-saving rational e of productivity. I shall begin with a discussion on the peculiar temporality of capitalist society: a linear, homogeneous and decomposed time as it is dominated by the productivity imperative. I mention the importance of cyclical time, which capitalism did not abolish entirely, in order to introduce the specificity of intellectual work time - characterized by creation and chance. The research intends to explore how, in the work of the teachers’ statf of the University of São Paulo, the problem of productivity rythms (brought by the modernization of the utliversity) is taced in reference to the pace of the creation of hlowledge.