Resumo A fluência verbal (FV) fonêmica tem sido um dos instrumentos mais frequentemente utilizados em atividades clínicas e de pesquisa, de modo isolado ou incluída em baterias recomendadas para a detecção de alterações cognitivas. A versão fonêmica da FV é uma variante interessante para o diagnóstico cognitivo, particularmente porque estudos indicam sua resistência aos efeitos do envelhecimento. Objetivos: 1. Estimar os efeitos de envelhecimento na FV fonêmica, na forma original, com os fonemas /f/-/a/-/s/. 2. Estimar os efeitos de fonema/letra alternativo P e comparar com a forma original de geração de itens. 3. Verificar associações entre o Token Teste (TT), Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) e sintomas depressivos na geração de itens com fonemas /f/-/a/-/s/-/p/. Métodos: Quarenta e oito indivíduos saudáveis com idade entre 30 e 80 anos foram avaliados com o MEEM, TT e testes de FV fonêmica. Resultados: A idade correlacionou-se com o MEEM, TT e sintomas depressivos. Não houve associação entre idade e desempenho no teste de fluência independentemente do fonema/letra utilizado. Tomando-se em consideração o conjunto de fatores sociodemográficos, a idade teve impacto significativo no desempenho. Não houve efeito de fonema na geração de itens, quando se comparou a forma tradicional, com F-A-S e o fonema P. Conclusões: A forma tradicional de apresentação do F-A-S pode ser intercambiada com a apresentação modificada, então é possível usar ambas as formas em atividade clínica e de pesquisa. A FV fonêmica é um instrumento interessante para detectar alterações cognitivas no idoso, dada sua estabilidade no processo de envelhecimento.
Abstract Verbal fluency (VF) has been one of the most frequently used instruments in clinics and research, both independently or included in a battery recommended for the detection of cognitive alterations. Phonemic-verbal fluency (PVF) is an interesting variant for cognitive diagnosis particularly because studies indicate that it is less influenced by age. Objectives: 1. To estimate the effects of age on PVF tests in their original forms, with the /f/-/a/-/s/ phonemes. 2. To estimate the effects of the phoneme /p/ and compare it to the original form in item generation. 3. To verify associations between the Token Test (TT), Mini-Mental State Exam (MMSE) and depressive symptoms on performance with /f/-/a/-/s/-/p/ phonemes. Methods: Forty-eight healthy individuals with ages ranging from 30 to 80 years were evaluated with the MMSE, TT and PVF tests. Results: Age was correlated with the MMSE, TT and depressive symptoms. There was no association between age and performance on the fluency test, independent of the phoneme used. Among the socio-demographic factors studied, age had a significant impact on performance. There was no phoneme effect in item-generation, when comparing the traditional form of VF (/f/-/a/-/s/) and the /p/ phoneme. Conclusions: The traditional form of FAS is interchangeable with the modified presentation, therefore both forms may be used in clinical or research settings. PVF is a valuable approach for detecting cognitive alterations in the aged, given its stability throughout the ageing process.