RESUMO No transcurso do surto de Ebola de 2014, a informação se espalhou por diversas plataformas como as redes sociais e os mecanismos de busca da internet. Este artigo examina as mensagens no Twitter, postagens no Facebook e tendências no Google e outras mídias digitais no período de março a novembro de 2014. Entender as formas de discussões, comportamentos sociais, sentimentos expressos e informações partilhadas no decorrer do surto de Ebola pode contribuir para melhorar as intervenções em comunicação por parte das organizações de saúde e evitar a desinformação e o pânico em situações de emergência em saúde. Ao todo, 6.422.170 mensagens no Twitter, 83 postagens no Facebook e tendências de busca no Google foram correlacionadas a 63 eventos cronológicos relativos ao surto de Ebola. Os eventos que suscitaram um aumento no número de mensagens no Twitter com o hashtag #ebola foram a ocorrência de novos casos de infecção ou o surgimento da doença em outras áreas geográficas. Grande parte da atividade no Twitter consistiu no reenvio de mensagens com informações fornecidas pelas agências de notícias e organizações oficiais de saúde. Os eventos relacionados a novas infecções e mortes aparentemente se correlacionaram ao uso de um maior número de palavras que expressam temor. Os resultados do Google coincidiram com os do Twitter e Facebook. A análise da atividade nas mídias sociais permite formular hipóteses sobre a reação e o comportamento do público em situações de risco em saúde pública, motivando o uso de novas estratégias de comunicação por parte das organizações de saúde. Um pico de atividade em torno de um assunto pode ser um recurso de vigilância usado pelas autoridades sanitárias para sinalizar a possível ocorrência de um surto. Também se recomenda às agências de notícias, por estarem em contato constante com o público, integrar a análise do conteúdo por especialistas em saúde ao processo de comunicação de assuntos em saúde.
ABSTRACT During the 2014 Ebola outbreak, information spread via multiple platforms, including social networks and Internet search engines. This report analyzes Twitter tweets, Facebook posts, and Google trends, as well as several other Internet resources, from March – November 2014. Understanding the types of discussions, social behaviors, feelings expressed, and information shared during the Ebola outbreak can help health organizations improve communication interventions and avert misinformation and panic during health emergencies. In all, 6 422 170 tweets, 83 Facebook posts, and Google search trends were integrated with 63 chronological Ebola-related events. Events that prompted a surge in tweets using #ebola were related to new cases of infection or the entry of the disease into a new geographic area. Most tweets were re-tweets of information provided by news agencies and official health organizations. Events related to new infections and deaths seemed to correlate with an increase of words that express fear. Google results concurred with Twitter and Facebook. Data from social media activity can be used to form hypotheses about how the public responds to and behaves during public health events, prompting health organizations to adopt new strategies for communications interventions. Furthermore, a spike in activity around a topic can be used as a surveillance technique to signal to health authorities that an outbreak may be underway. It is also recommended that news agencies, which engage with the public most often, consider content review by health experts as part of their health communications process.
RESUMEN Durante el brote de ébola del 2014, se difundió información por medio de varias plataformas, entre ellas las redes sociales y los motores de búsqueda de Internet. En este informe se analizan los tuits en Twitter, los mensajes publicados en Facebook y las tendencias de búsqueda en Google, así como varios recursos más en Internet, en el período comprendido entre marzo y noviembre del 2014. La comprensión de los tipos de conversaciones, el comportamiento social, los sentimientos expresados y la información transmitida durante el brote de ébola puede ayudar a las organizaciones de salud a mejorar sus intervenciones en materia de comunicación y evitar la información incorrecta y el pánico que se pueden propagar durante las emergencias de salud. En total, se integraron 6 422 170 tuits, 83 mensajes de Facebook y las tendencias de búsqueda en Google con 63 eventos cronológicos relacionados con ébola. Los eventos que dieron lugar a un incremento de los tuits con la etiqueta #ebola estaban relacionados con nuevos casos de infección o la entrada de la enfermedad en una nueva zona geográfica. La mayor parte de los tuits eran reenvíos de información suministrada por las agencias de noticias y las organizaciones de salud oficiales. Los eventos relacionados con nuevas infecciones y defunciones parecían guardar correlación con un aumento del uso de palabras que expresaban temor. Los resultados de Google coincidían con Twitter y Facebook. Se pueden emplear datos provenientes de la actividad de las redes sociales para formar hipótesis sobre el modo en que el público responde a los eventos de salud pública y en que se comporta durante ellos, e incitar a las organizaciones de salud a que adopten nuevas estrategias para las intervenciones en materia de comunicación. Además, se pueden usar los aumentos de la actividad en torno a un tema como técnica de vigilancia para señalar a las autoridades de salud que es posible que haya un brote. Se recomienda también que las agencias de noticias, que interactúan con el público con más frecuencia, consideren la posibilidad de contar con expertos en salud para examinar los contenidos en el marco de su proceso de comunicación para la salud.