OBJETIVO: Descrever os resultados radiográficos referentes à remodelação óssea proximal adaptativa (também conhecida como stress shielding) obtidos em um grupo de pacientes que se submeteram à realização de ATQs não cimentadas com implantes do tipo AML. MÉTODOS: Foram analisados os resultados radiográficos em um grupo de 39 pacientes (44 quadris) após um período médio de seguimento de 11 anos e quatro meses, submetidos à artroplastia total de quadril não cimentada com prótese modelo AML (Anatomic Medullary Locking®, De Puy, Warsaw, USA). A média de idade dos pacientes na época da cirurgia era de 44,97 anos. RESULTADOS: A análise da remodelação óssea adaptativa foi realizada comparando-se radiografias obtidas no pós-operatório imediato e após 10 anos de seguimento. O fêmur proximal foi dividido em quatro níveis, tanto em AP quanto em perfil. Cada nível foi dividido em medial (M), lateral (L), anterior (A) e posterior (P), perfazendo um total de 16 locais de averiguação. Como os 44 casos necessitaram de exame em 32 locais (16 no pós-operatório imediato e 16 após seguimento a longo prazo), no total 1.408 observações foram analisadas. A extensão da reabsorção óssea foi dividida em quatro graus: grau 0, nenhum sinal de reabsorção óssea; grau I, com um a quatro locais de reabsorção; grau II, cinco a sete locais de reabsorção, e grau III, oito ou mais locais de reabsorção. Os locais mais comuns de reabsorção foram 1M, 1L, 1A e 1P, com aparecimento de alterações em 40 pacientes (90,90%). CONCLUSÃO: Nesta série de pacientes, o stress shielding, apesar de presente em quase todas as artroplastias realizadas, não se mostrou como fator perturbador da artroplastia nos primeiros 10 anos.
OBJECTIVE: Describe radiography results relating to proximal adaptive bone remodeling (also know as stress shielding) obtained in a group of patients submitted to uncemented ATQs with AML implants. METHODS: Radiography results of a group of 39 patients (44 hips) were analyzed after a follow-up period of 11 years and four months who had been submitted to total uncemented hip arthroplasty with AML prosthesis (Anatomic Medullary Locking®, De Puy, Warsaw, USA). Mean patient age at the time of surgery was 44.97 years. RESULTS: Adaptive bone remodeling analysis was performed by comparing X-rays made in the immediate post-operative period and after ten years of follow-up. The proximal femur was divided into four levels, both AP and profile. Each level was divided into medial (M), lateral (L), anterior (A), and posterior (P), in a total of 16 sites of inspection. As the 44 cases required inspection in 32 sites (16 in the immediate post-operative period and 16 after the long term follow-up), a total pf 1.408 inspections were analyzed. The extension of bone resorption was divided into four grades: grade 0, no sign of bone resorption; grade I, one to four sites of resorption; grade II five to seven sites of resorption; grade III, eight or more sites of resorption. The most common sites of resorption were 1M, 1L, 1A, and 1P, with the appearance of changes in forty patients (90.90%). CONCLUSION: In this series of patients, stress shielding, although present in most arthroplasties performed, did not represent a factor that disturbed the arthroplasty in the first 10 years.