Avaliar a dinâmica familiar em dois grupos de adolescentes, um com transtorno depressivo maior (casos) e outro sem transtornos psiquiátricos (controles), totalizando 18 adolescentes (13-18 anos) acompanhados de seus pais e irmãos (N = 70). Pareou-se casos e controles segundo idade, sexo, escolaridade, número e idade dos irmãos, estado civil parental e condição econômica. Uma terapeuta familiar aplicou a Entrevista Familiar Estruturada a cada família, avaliando nove dimensões da dinâmica familiar (comunicação, normas, papéis, liderança, conflito, agressividade, afeto, individualização, integração). As sessões transcritas foram independentemente avaliadas por duas outras terapeutas familiares que desconheciam se as famílias constituíam casos ou controles. A pontuação dos itens da entrevista baseou-se em um sistema de codificação padronizado (concordância geral = 83,5%). Comparados aos controles, os casos obtiveram médias de escores mais baixas em sete dimensões, especialmente afeto (p = 0,0078); não houve diferença nas dimensões normas e liderança. A dificuldade em expressar afeto nas relações entre pais e filhos foi a principal disfunção nas famílias dos adolescentes deprimidos avaliados.
The goal of this study was to evaluate family functioning in two groups of adolescents: adolescents with major depressive disorder (cases) and adolescents with no psychiatric disorders (controls). A total of 18 adolescents (13-18 years) and their first-degree relatives (N = 70) were evaluated. Cases and controls were matched for the adolescent's age, gender, level of education, number and age of siblings, parental marital status, and economic condition. A family therapist conducted the Structured Family Interview with each family to evaluate nine family functioning dimensions (communication, rules, roles, leadership, conflict, aggressiveness, affect, individuation, and integration). The interview transcripts were independently rated by two different family therapists blinded to case-control status, i.e., without knowing whether they were evaluating cases or controls. The raters scored all interview items using a standardized coding system (overall agreement = 83.5%), and when compared to the controls, the cases showed lower mean scores in seven dimensions, particularly affect (p = 0.0078). There was no difference between cases and controls regarding the dimensions rules and leadership. Difficulty in expressing affect in parent-child relationship was the main disturbance in the families of depressive adolescents evaluated.