OBJETIVO: Estudar os métodos mais freqüentemente empregados na avaliação dos aneurismas de aorta abdominal - ultrassonografia, tomografia computadorizada convencional, tomografia computadorizada helicoidal e angio-ressonância nuclear magnética - comparando as medidas fornecidas por estes exames radiológicos no pré-operatório com medidas realizadas durante a operação. MÉTODO: Foram incluídos no estudo pacientes portadores de aneurisma da aorta abdominal com indicação de tratamento cirúrgico eletivo por via transperitoneal. O diagnóstico inicial da dilatação aórtica foi feito com ultra-sonografia e, uma vez indicado o tratamento cirúrgico, era então solicitado um outro exame radiológico complementar, já que não é nossa rotina operar esses pacientes com base apenas na ultra-sonografia. Sessenta pacientes foram divididos em 3 grupos de acordo com o exame complementar realizado (tomografia computadorizada convencional, tomografia computadorizada helicoidal ou angio-ressonância nuclear magnética). As ultra-sonografias dos 20 primeiros pacientes foram incluídas em um 4° grupo. Analisamos neste estudo as medidas do colo proximal da aorta, o diâmetro transverso máximo e o comprimento do aneurisma, além do diâmetro transverso das artérias ilíacas comuns conseguidos a partir dos exames radiológicos. As mesmas medidas eram realizadas por ocasião da operação com o auxílio de um paquímetro e , então, comparadas aos valores indicados pelos exames de imagem. RESULTADOS: As medidas do diâmetro transverso máximo do aneurisma variaram de 4.5 a 13.6 cm no intra-operatório, não apresentando diferença estatisticamente significativa em relação a nenhum dos exames radiológicos estudados. A ultra-sonografia, entretanto, superestimou as medidas do colo proximal da aorta e dos diâmetros transversos das artérias ilíacas, em comparação com os valores auferidos durante o tratamento cirúrgico. O comprimento dos aneurismas medidos pela tomografia computadorizada convencional era menor em relação às medições feitas com o paquímetro de maneira estatisticamente significativa. Tanto a tomografia computadorizada helicoidal quanto a angio-ressonância nuclear magnética proporcionaram medidas sem diferença significante do ponto de vista estatístico para todos os parâmetros estudados, quando confrontados com os valores obtidos no intra-operatório. CONCLUSÕES: A ultra-sonografia consiste em método valioso para o diagnóstico e seguimento clínico de pacientes com aneurisma de aorta abdominal, sendo, porém, insuficiente para o planejamento de tratamento por técnica endovascular. A tomografia computadorizada convencional pode induzir a erro na estimativa da extensão crânio-caudal do aneurisma. A tomografia computadorizada helicoidal e a angio-ressonância nuclear magnética geraram medidas precisas de todos os parâmetros estudados, sendo ambos de grande importância para a programação operatória.
PURPOSE: To study the imaging exams more commonly used for abdominal aortic aneurysms evaluation - ultrasonography, conventional computerized tomography, helical computerized tomography and nuclear magnetic angioresonance - comparing the preoperative measurements reached by those radiological methods with the measurements made during the surgical procedures. METHODS: Patients who had indication of elective transperitoneal surgical treatment for their abdominal aortic aneurysms were included in the study. The initial diagnosis of the aortic dilatation was made by ultrasonography and, after the surgical treatment was indicated, the patient was submitted to another imaging method. Sixty patients were divided into 3 groups according to the complementary imaging method (conventional computerised tomography, helical computerized tomography, nuclear magnetic angioresonance). The ultrasonography of the first 20 patients were joined in a fourth group. There were considered in the study the measurements of the transversal diameter of the proximal neck, maximum transversal diameter of the aneurysm, straight-line length and transversal diameter of the common iliac arteries given by the imaging methods. The same measurements were made by using a caliper during the surgical procedure, and then compared to the values obtained from the radiological exams. RESULTS: The maximum transverse diameter had a range measurement variation of 4.5 to 13.6 cm in the intraoperative, with no statistically significant differences when compared with all the imaging tests. The ultrasonography, however, overestimated the measurements of the proximal neck and the common iliac arteries, in comparison with intraoperative measures. The length of the aorta aneurysm obtained by the conventional computerized tomography was significantly lower if compared to the measures done with the calliper during the operation. The helical computerized tomography and the nuclear magnetic angioresonance provided measurements with no significant differences in the statistic view when compared to the intraoperative measures. CONCLUSIONS: Ultrasonography is a reliable method for the diagnosis and follow-up of the aorta abdominal aneurysms, but insufficient for endovascular surgery planning. The conventional computed tomography can provoke distortion in the length measurements of the aorta dilatation. Helical computed tomography and nuclear magnetic angioresonance provided precise measurements of all the studied parameters, being of great utility for surgical planning.