RESUMO Introdução: No contexto das políticas de segurança pública no Brasil, o conceito de dissuasão criminal sugere que medidas repressivas da polícia reduziriam a taxa de crimes, porque possíveis infratores considerariam a chance de serem detidos. Por outro lado, teorias disposicionais argumentam que a exclusão social e a ansiedade socioeconômica contribuiriam para a criminalidade violenta, causando tensões e enfraquecendo a coesão social. Este estudo investiga como fatores socioeconômicos e gastos públicos em segurança, saúde, educação e assistência social afetam os homicídios intencionais. Materiais e métodos: Testamos as duas ideias por meio de modelos de regressão multivariada em painel, analisando o efeito dos gastos públicos por habitante em segurança pública (proxy do policiamento) e em educação, assistência/previdência e saúde (proxy de políticas sociais) sobre a taxa ajustada de homicídios intencionais, controlados pelos dummies macrorregionais, desemprego, desigualdade, renda média, percentual de homens jovens, uso mórbido de drogas e oferta de armas de fogo. Resultados: Os investimentos sociais tiveram efeitos estatísticos de redução dos homicídios, enquanto o acesso a armas de fogo, o consumo de psicoativos, a renda média, o desemprego e o investimento em segurança pública provocaram aumento dos homicídios. A desigualdade de renda e a proporção de homens jovens não tiveram resultados consistentes. Dessa maneira, uma combinação de mecanismos situacionais e disposicionais parece a via mais promissora para explicar a incidência de crimes violentos e letais. Discussão: As políticas públicas de provisão de educação, saúde e assistência, de geração de emprego, de tratamento e prevenção ao uso de psicoativos e de controle de armas de fogo mostraram-se viáveis para a redução da violência criminal, mas o aumento do gasto no policiamento mostrou-se mais uma reação ineficaz à criminalidade violenta do que um instrumento para seu controle, indicando a ineficiência das políticas de segurança predominantes no Brasil. Introdução Brasil detidos lado intencionais métodos painel proxy assistênciaprevidência previdência macrorregionais média Resultados consistentes maneira letais Discussão emprego mostraramse mostraram se mostrouse mostrou
ABSTRACT Introduction: In the context of public security policies in Brazil, the concept of criminal deterrence suggests that repressive police measures reduce crime rates insofar as potential offenders take into account the risk of being apprehended. Conversely, dispositional theories argue that social exclusion and socioeconomic anxiety play a pivotal role in contributing to violent crime, leading to heightened tensions and weakened social cohesion. Our research examines the impact of socioeconomic factors and public expenditure on security, healthcare, education, and social assistance on the incidence of intentional homicides. Materials and methods: To examine these two ideas, we employed multivariate panel regression models, considering the impact of public spending per inhabitant on public security (as a proxy for policing), as well as on education, social assistance, and health (a proxy for social policies). We controlled for various factors, including macro-regional dummies, unemployment, inequality, average income, the percentage of young men in the population, morbid drug use, and the supply of firearms. Findings: Our findings indicate that social investments were statistically associated with a reduction in homicides, while factors such as access to firearms, psychoactive substance use, average income, unemployment, and investment in public security were linked to an increase in homicide rates. The impact of income inequality and the proportion of young men in this context did not yield consistent results. Consequently, it appears that a combination of situational and dispositional mechanisms offers a more promising framework for understanding the incidence of violent and lethal crimes. Discussion: Public policies aimed at providing education, healthcare, social assistance, job opportunities, as well as addressing psychoactive substance use and firearm control, have shown to be effective strategies for reducing criminal violence. However, increased spending on policing appeared to be an ineffective response to violent crime, highlighting the inefficiency of current security policies in Brazil. Introduction Brazil apprehended Conversely cohesion healthcare education homicides methods ideas models policing, , policing) policies. . policies) macroregional macro regional dummies unemployment population firearms Findings results Consequently crimes Discussion opportunities control violence However