OBJETIVO: Avaliar a influência de variáveis socioeconômicas, clínicas e demográfica na experiência de cárie em pré-escolares de 5 anos de idade da cidade de Piracicaba. METODOLOGIA: A amostra consistiu de 728 crianças matriculadas em 22 pré-escolas públicas (n = 428) e 18 pré-escolas privadas (n = 300). A cárie dentária foi avaliada pelos índices ceo-d e ceo-s e pela detecção de lesão inicial (LI). Outras variáveis clínicas como gengivite, apinhamento, espaçamento, fluorose e respiração bucal também foram coletadas. As variáveis socioeconômicas (renda familiar mensal, número de residentes na mesma casa, escolaridade do pai e da mãe, habitação e posse de automóvel) foram obtidas por meio de um questionário semi-estruturado enviado aos pais. RESULTADOS: As médias (desvio-padrão) do ceo-d e ceo-s foram de 1,30 (2,47) e 3,08 (7,55), respectivamente, sendo que 62,2% da amostra estava livre de cárie. As médias (desvio-padrão) do ceo-d+LI e ceo-s+LI foram 1,72 (3,36) e 3,45 (7,94), respectivamente e 59,7% estavam livres de cáries. Por meio da análise de regressão logística múltipla, as crianças com fluorose (Odds Ratio-OR=0,40) ou de famílias com renda superior a 4 salários mínimos (OR = 0,49) apresentaram menor probabilidade de ter experiência de cárie. Aquelas com gengivite (OR = 1,87) tiveram maior chance de ter a doença. Para o critério de diagnóstico de cárie com a inclusão de LI, as crianças com fluorose (OR = 0,39) ou de famílias com renda superior a 4 salários mínimos (OR = 0,52) tiveram menor chance de ter cárie. Aquelas com gengivite (OR=1,80), apinhamento (OR = 2,63 e OR = 1,01) ou respiração bucal (OR = 1,37) apresentaram maior probabilidade de ter a doença. CONCLUSÃO: Os pré-escolares que apresentaram gengivite, apinhamento, respiração bucal ou renda familiar mensal inferior a 4 salários mínimos tiveram maior probabilidade de ter experiência de cárie. Assim, o planejamento de ações de prevenção e intervenção direcionadas a este público seria essencial para o controle da doença.
AIM: To evaluate the influence of socioeconomic, clinical and demographic variables on caries experience in 5-year-old preschool children from Piracicaba. METHODS: The sample consisted of 728 children attending 22 public (n=428) and 18 private (n=300) preschools. Dental caries were measured using the dmft/dmfs indexes and by detecting initial caries lesion (IL). Gingivitis, crowding, spacing, fluorosis, and mouth breathing were also recorded. Socioeconomic variables (monthly family income, number of people living in the household, parents' schooling, home ownership, and car ownership) were collected by means of a parental semi structured questionnaire. RESULTS: The mean (standard deviation) values for dmft and dmfs indexes were 1.30 (2.47) and 3.08 (7.55) respectively; and 62.2% of the children were caries-free. The mean (standard deviation) values for dmft+LI and dmfs+LI were 1.72 (3.36) and 3.45 (7.94), respectively and 59.7% were caries-free. By means of multiple logistic regression analyses, children with fluorosis (OR=0.40) or family income > 4 minimum wages (OR=0.49) were less likely to experience caries. Those with gingivitis (OR=1.87) were more prone to have the disease. Considering the diagnostic threshold including IL, the multiple logistic regression analyses showed that children with fluorosis (OR=0.39) or family income > 4 minimum wages (OR=0.52) were less likely to have caries. Those with gingivitis (OR=1.80), crowding (OR=2.63 e OR=1.01) or mouth breathing (OR=1.37) were more likely to have the disease. CONCLUSION: The preschool children who presented gingivitis, crowding, mouth breathing or monthly family income < 4 minimum wages were more likely to experience caries. In this way, planning preventive and operative actions targeted at these children would be essential for caries control.