OBJETIVO: Desenvolver um modelo preditivo capaz de identificar, ao final da primeira semana de vida, os recém-nascidos prematuros com maior probabilidade de evoluir para displasia broncopulmonar (DBP). MÉTODOS: Os dados foram coletados retrospectivamente entre janeiro de 1998 e julho de 2001, e prospectivamente de agosto de 2001 a julho de 2003. Foram incluídas todas as crianças nascidas na Instituição, com idade gestacional < 34 semanas e peso de nascimento < 1.500 g. Os principais fatores de risco foram submetidos inicialmente a uma análise univariada, seguida de regressão logística. As variáveis significativas foram utilizadas na montagem da fórmula para cálculo da probabilidade de ocorrência de DBP. O modelo foi calibrado, e a discriminação avaliada pela curva ROC. De agosto de 2003 a julho de 2005, o modelo foi aplicado em outra população para validação. RESULTADOS: Foram incluídas 247 crianças, das quais 68 evoluíram para DBP, sendo divididas da seguinte maneira: leve = 35 (51,4%), moderada = 20 (29,4%) e grave = oito (11,7 %). Quatro variáveis mantiveram significância em relação à DBP: idade gestacional < 30 semanas, persistência do canal arterial, ventilação mecânica > 2 dias e perda de > 15% do peso de nascimento no sétimo dia de vida. Nos pacientes com todas as variáveis presentes, o modelo permitiu uma probabilidade de acerto de 93,7%. Valores semelhantes foram obtidos com as 61 crianças utilizadas na validação do modelo. CONCLUSÕES O modelo preditivo desenvolvido em nossa população foi capaz de identificar com elevado grau de sensibilidade, ao final da primeira semana de vida, os recém-nascidos sob maior risco de evoluir para DBP.
OBJECTIVE: To develop a predictive model capable of identifying which premature infants have the greatest probability of presenting bronchopulmonary dysplasia (BPD), based on assessment at the end of their first week of life. METHODS: Data were collected retrospectively from January 1998 to July 2001, and prospectively from August 2001 to July 2003. All children born at the institution with gestational age < 34 weeks and birth weight < 1,500 g were included. The principal risk factors for BPD were subjected to univariate analysis followed by logistic regression. Significant variables were used to construct a formula to calculate the probability of BPD. The model was calibrated and its discriminative power assessed using receiver operating characteristic (ROC) curves. Between August 2003 and July 2005 the model was then applied to a different population for validation. RESULTS: The sample comprised 247 children, of whom 68 developed BPD, classified as follows: mild = 35 (51.4%), moderate = 20 (29.4%) and severe = 8 (11.7 %). Four variables maintained significance with relation to BPD: gestational age < 30 weeks, persistent ductus arteriosus, mechanical ventilation > 2 days and loss of > 15% of birth weight on the seventh day of life. Where patients exhibited all of these variables, the model had a 93.7% probability of being correct. The model was further validated when using another sample of 61 newborns; similar figures were obtained. CONCLUSIONS: At the end of the first week of life, the predictive model developed from our population was capable of identifying newborn infants at increased risk of developing BPD with a high degree of sensitivity.