OBJETIVO: testar a reprodutibilidade entre observadores das medidas e do estádio da distopia genital pela classificação do prolapso pélvico feminino preconizada pela Sociedade Internacional de Continência (ICS). MÉTODOS: foram avaliadas 51 pacientes atendidas no setor de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal do Departamento de Ginecologia da UNIFESP/EPM durante investigação uroginecológica. Descrevemos a localização dos pontos propostos pela classificação da ICS, sendo dois na parede vaginal anterior, dois no ápice vaginal, dois na parede vaginal posterior, além do hiato genital, corpo perineal e comprimento vaginal total. A seguir, realizamos o estadiamento da distopia genital baseada nesta classificação. O procedimento foi realizado por dois investigadores diferentes sem contato prévio entre eles. A reprodutibilidade das nove medidas sítio-específicas e do estádio final foi analisada pela correlação de Pearson e a média dos pontos específicos pelo teste de t-pareado. RESULTADOS: houve correlação significativa e substancial para as medidas avaliadas. O índice de correlação para o ponto Aa foi de 0,89 (p<0,0001), ponto Ba de 0,90 (p<0,0001), ponto C de 0,97 (p<0,0001), ponto Ap de 0,72 (p<0,0001), ponto Bp de 0,84 (p<0,0001), ponto D de 0,91 (p<0,0001), hiato genital de 0,65 (p<0,0001), corpo perineal de 0,66 (p<0,0001) e comprimento vaginal total de 0,73 (p<0,0001). Também não se observou variação na média das medidas realizadas pelos dois examinadores. Da mesma forma, o estádio final da distopia foi altamente reprodutível (r = 0,81, p<0,0001). Em nenhuma paciente houve variação maior que um estádio, sendo idênticos em 86,2% dos casos. CONCLUSÕES: existe reprodutibilidade nas medidas obtidas pelo sistema de classificação da distopia genital da Sociedade Internacional de Continência.
PURPOSE: to determine interobserver reliability of site-specific measurements and stages according to the proposed International Continence Society prolapse terminology document. METHODS: we analyzed 51 women during urogynecological investigation performed at the Urogynecology and Vaginal Surgery Sector of UNIFESP / EPM. We recorded the locations of point-specific measures proposed by the International Continence Society (ICS). They are: two in the anterior vaginal wall, two in the superior vagina, two in the posterior vaginal wall, genital hiatus, perineal body and total vaginal length. Then we recorded the stage of genital prolapse. Women underwent pelvic examinations by two investigators, each blinded to the results of the other's examination. The reproducibility of the nine site-specific measurements and the summary stage were analyzed using Pearson's correlation coefficient and the median measurements were compared by the paired-t test. RESULTS: there were substantial and highly significant correlations for each of the nine measurements. Correlation coefficient for point Aa was 0.89 (p<0.0001), point Ba 0.90 (p<0.0001), point C 0.97 (p<0.0001), point Ap de 0.72 (p<0.0001), point Bp 0.84 (p<0.0001), point D 0.91 (p<0.0001), genital hiatus 0.65 (p<0.0001), perineal body 0.66 (p<0.0001) e total vaginal length 0.73 (p<0.0001). We also did not note differences between the means of measurements by the two examiners. Staging was highly reproducible (r=0.81, p<0.0001). ln no subject did the stage vary by more than one; in 86,2%, stages were identical. CONCLUSIONS: there is a good reproducibility of measures using the system proposed by the International Continence Society prolapse terminology document.