OBJETIVO: estimar a prevalência de depressão em pacientes com síndrome da fibromialgia (SF), assim como a condição da qualidade de vida destes pacientes; e avaliar a magnitude da associação entre a depressão e a qualidade de vida. MÉTODOS: foram selecionados 70 pacientes com SF que compareceram às consultas médicas em duas instituições públicas e em seis consultórios particulares de reumatologia. Foram aplicados dois questionários: o General Health Questionaire (GHQ-28), para rastrear a depressão, e o Medical Outcome Short Form Health Survey (SF-36) para medir a qualidade de vida, composto de 8 escalas, que abordam vários aspectos da qualidade de vida. Realizaram-se análises uni e multivariadas entre os escores obtidos no GHQ-28 e nas escalas do SF-36. RESULTADOS: concluiu-se que a prevalência de depressão entre os pacientes de SF é de 32,9% para depressão leve, 21,4% para depressão moderada e 12,9% para depressão severa. A depressão mostrou-se responsável pela queda estatisticamente significativa dos escores de qualidade de vida, das seguintes escalas: condicionamento físico, funcionalidade física, percepção da dor, funcionalidade social, saúde mental, funcionalidade emocional e percepção da saúde em geral. CONCLUSÕES: a depressão pode influenciar negativamente a qualidade de vida dos pacientes, por aumentar a sensação de dor e incapacidade, tornar a adesão ao tratamento mais difícil e diminuir a qualidade das relações sociais. O paciente apresenta tendência ao isolamento e sentimentos de derrota e frustração. O aumento da idade mostrou-se responsável pela melhora da sensação dolorosa, da funcionalidade social, da vitalidade e da percepção da saúde em geral. O maior tempo diagnóstico mostrou-se associado à melhor percepção da saúde em geral.
OBJECTIVE: to determine the prevalence of depression and quality of life in patients with Fibromyalgia Syndrome (FS), as well as the relationship between both of them. METHODS: Seventy patients with FS were selected in two public and six private rheumatology clinics in the city of Florianópolis, Brazil. General Health Questionnaire (GHQ-28) was used to screen depression, and another questionnaire, the Short Form Health Survey (SF-36), was used to measure quality of life. Analysis of variance and multivariate regression was used for statistical analysis. RESULTS: Nearly two thirds of the patients with FS had some degree of depression: 32.9%, 21.4% and 12.9% of them had mild, moderate and severe depression, respectively. Depression was associated with lower scores on the following scales of quality of life: physical conditioning, physical functioning, pain, social functioning, mental health, emotion functioning and general health perception. Pain control, social functioning, vitality and general health perception improved with age. CONCLUSIONS: Depression was shown to be highly prevalent and to have a significant adverse effect on various aspects of quality of life among the patients with FS. It may also increase the sensation of pain, physical incapacity and social inadequacy due to the illness, thus making the treatment more difficult.