Resumo: A violência de gênero e uma violação dos direitos humanos e um grave problema de saúde pública que deve ser abordado de forma transversal e com uma abordagem interdisciplinar. A colaboração e coordenação entre os setores, incluída a saúde, é fundamental para garantir a correta abordagem. Os objetivos deste trabalho são: conhecer quais são os agentes que abordam a violência de gênero nas comunidades, e estudar as opiniões das comunidades em relação ao rol e à função da abordagem do sistema público de saúde perante esta problemática. Foi realizada uma pesquisa-ação qualitativa com seminários de autoteste comunitário local, utilizando diferentes técnicas qualitativas. Análise temática. Os resultados indicam que existem diversos atores locais que abordam a problemática e que a atenção primaria em saúde cumpre uma função relevante, fundamentalmente, devido as suas características de proximidade com a população e abordagem interdisciplinaria. Os obstáculos identificados pelas comunidades relacionados para a abordagem desde o sistema de saúde estavam vinculados principalmente com o modelo biomédico de atenção, a descentralização e a falta de recursos, capacitação e políticas integradas. Em conclusão, os seminários facilitaram a construção de um conhecimento coletivo ao respeito da realidade local, onde se destaca a função da atenção primária à saúde e a necessidade de articular ações e abordagens entre setores e municípios.
Abstract: Gender violence is a human rights violation and a serious public health problem that should be addressed with an inter-sector and interdisciplinary focus. Collaboration and coordination between sectors, including the health sector, is essential for guaranteeing such approach. The study aimed to learn which actors address gender violence in the communities and to study the communities’ opinions concerning the public health system’s role in (and approach to) this problem. A qualitative action-research project was conducted with local community self-diagnosis workshops, using various qualitative techniques and thematic analysis. The results pointed to various local actors that address the problem and showed that primary healthcare plays a relevant role, due mainly to its proximity to the population and interdisciplinary approach. The obstacles identified by the communities for the health system approach mainly involved the biomedical model of care, decentralization, and lack of resources, training, and integrated policies. In conclusion, the workshops facilitated the development of collective knowledge on the local reality, underlining the role of primary healthcare and the need to link action and approaches between sectors and communities.
Resumen: La violencia de género es una violación a los derechos humanos y un grave problema de salud pública que debe ser abordado de forma intersectorial y con un enfoque interdisciplinario. La colaboración y coordinación entre los sectores, incluido salud, es fundamental para garantizar el correcto abordaje. Los objetivos de este trabajo son: conocer qué agentes abordan la violencia de género en las comunidades, y estudiar las opiniones de las comunidades en relación al rol y al abordaje del sistema público de salud ante esta problemática. Se realizó una investigación-acción cualitativa con talleres de autodiagnóstico comunitario local, utilizando diversas técnicas cualitativas. Análisis temático. Los resultados indican que existen diversos actores locales que abordan la problemática y que la atención primaria de la salud cumple un rol relevante, principalmente debido a sus características de cercanía con la población y abordaje interdisciplinario. Los obstáculos identificados por las comunidades para el abordaje desde el sistema de salud se vinculan principalmente con el modelo biomédico de atención, la descentralización y la falta de recursos, de capacitación y de políticas integradas. En conclusión, los talleres facilitaron la construcción de un conocimiento colectivo respecto a la realidad local, donde se destaca el rol de la atención primaria de la salud y la necesidad de articular acciones y abordajes entre sectores y localidades.