Resumo Os caminhoneiros estão expostos a situações nocivas à saúde o que favorece a elevada prevalência de morbimortalidade. Buscou-se conhecer a percepção de saúde e sua relação com as condições de trabalho entre caminhoneiros do estado de Sergipe, Brasil. Pesquisa qualitativa, com entrevistas semiestruturadas de 15 caminhoneiros e roteiro constando duas questões norteadoras: a primeira avaliando a sua saúde atribuindo notas de 0 a 10 e a segunda sobre a sua opinião a respeito da relação do seu próprio estado de saúde com a profissão. Na análise do conteúdo emergiram três categorias: autopercepção da saúde, determinantes de risco laboral e cuidados com a saúde. A autopercepção da saúde obteve notas 7,5±1,4, revelando percepção da saúde limitada a ausência de doença, resignados com a vulnerabilidade associada à rotina laboral extenuante. O entendimento sobre a relação entre saúde e trabalho mostrou-se associado aos determinantes do risco laboral, embora percebessem sua influência na saúde, mostraram-se pouco estimulados quanto ao autocuidado e apontaram como incompatível às rotinas laborais. Conhecer a percepção dos caminhoneiros sobre suas condições de trabalho possibilita o enfrentamento da vulnerabilidade da saúde laboral, viabilizando levantar discussões sobre a necessidade de reformulação e cumprimento das políticas trabalhistas com intuito de reduzir os impactos ocupacionais.
Abstract Truck drivers are exposed to harmful health situations, favoring the high prevalence of morbidity and mortality. We sought to know the perception of health and its relationship with working conditions among truckdrivers in the state of Sergipe, Brazil. Qualitative research, with semi-structured interviews of 15 truck drivers and script consisting of two main questions: the first evaluating their health assigning scores from 0 to 10 (0 as unhealthy and 10 totally healthy); and the second about his opinion about the relationship of his own state of health with the profession. In the content analysis, three categories emerged: self-perceived health, determinants of labor risk and health care. Self-perceived health obtained scores of 7.5±1,4, revealing a perception of health limited to the absence of disease, resigned to the vulnerability associated with strenuous work routine. The understanding of the relationship between health and work was associated with the determinants of occupational risk, although they perceived its influence on health, they were little stimulated in terms of self-care and pointed out as incompatible with work routines. Knowing the perception of truck drivers about their working conditions enables them to face the vulnerability of occupational health, making it possible to raise discussions about the need to reformulate and comply with labor policies in order to reduce occupational impacts.