OBJETIVO: Traçar um perfil dos médicos que atendem crianças nos sistemas público (Sistema Único de Saúde) e privado de saúde e verificar como são prescritos antimicrobianos nas infecções das vias aéreas superiores. MÉTODOS: Médicos de algumas cidades do interior do Estado de São Paulo receberam via correio ou nas Unidades Básicas de Saúde uma carta explicativa sobre a pesquisa e o questionário, com perguntas sobre: tempo de graduação, residência médica, carga horária e local de trabalho, forma de atualização, fatores que consideram ao prescrever antimicrobianos e casos clínicos sobre as infecções das vias aéreas superiores. Os dados pessoais dos médicos foram relacionados com as respostas aos casos clínicos. Para análise estatística, foram aplicados os testes Z e de Tukey-Kramer, sendo p<0,05 significante. RESULTADOS: A amostra foi composta por 170 prescritores: 86,5% possuíam residência em Pediatria, 75% trabalhavam no Sistema Único de Saúde e 71% tinham carga horária superior a 40 horas semanais. Os formados há menos de dez anos valorizaram mais os laboratórios farmacêuticos como forma de atualização do que os graduados há mais de 30 anos; 33% dos médicos do Sistema Único de Saúde atendem mais de cinco pacientes por hora. A média de acerto nos casos clínicos foi de 87%. O uso das entidades médicas como forma de atualização foi associado a respostas corretas, enquanto o uso de materiais de laboratório estava ligado a respostas incorretas (p<0,05). Houve clara tendência de diminuição dos acertos conforme o número de pacientes atendidos por hora aumentava. CONCLUSÕES: Educação adequada sobre o tema e melhora nas condições de trabalho podem ser eficientes para reduzir a prescrição de antibióticos para infecções das vias aéreas superiores em crianças.
OBJECTIVE: To describe the profile of physicians that care for children in Brazilian public and private health systems, and to verify how antimicrobials for upper respiratory airway infections are prescribed. METHODS: Physicians in some cities of the state of São Paulo (Southeast Brazil) received an explanatory letter by mail or at the Primary Health Care Units about the research and a form with questions concerning: time of graduation, medical residency, workload and workplace, how they update their medical knowledge, factors considered when prescribing antimicrobials, and clinical cases on upper respiratory infections. Personal information was related to the answers of the clinical cases. For statistical analysis, the Z and Tukey-Kramer tests were applied, being significant p<0.05. RESULTS: The sample included 170 prescribers, out of whom 87% had medical residence in Pediatrics, 75% worked for the Public Health System, and 71% worked more than 40 hours per week. Physicians who graduated in the past ten years emphasized the pharmaceutical industry as a way of keeping themselves updated in comparison to the ones who had been graduated for more than 30 years; 33% of the public health system physicians cared for more than five patients per hour. Regarding clinical cases, the correct answers averaged 87%. Consulting medical entities as a way of continuous medical education was associated with correct answers, while using materials from the pharmaceutical industry was associated with the incorrect ones (p<0.05). There was a clear trend towards decreasing the quality of the prescription as the number of patients per hour increased. CONCLUSIONS: Efficient education and improvement of work load could reduce the prescription of antibiotics for upper airway infections in children.
Objetivo: Esbozar un perfil de los médicos que atienden a niños en el sistema público (SUS) y privado de salud y verificar cómo se prescriben antimicrobianos en las infecciones de vías aéreas superiores (IVAS). Métodos: Los médicos de algunas ciudades del interior de la Provincia de São Paulo recibieron por correo o en las Unidades Básicas de Salud una carta explicativa sobre la investigación y cuestionario con preguntas sobre: hace cuánto tiempo se ha graduado, internado, carga horaria y local de trabajo, forma de actualización, factores que tienen en cuenta al prescribir antimicrobianos y casos clínicos sobre IVAS. Los datos personales de los médicos fueron relacionados a las respuestas a los casos clínicos. Para el análisis estadístico, se aplicó la prueba Z y prueba de Tukey-Kramer, siendo significante p<0,05. Resultados: La muestra fue de 170 prescriptores: 86,5% realizaron internado en pediatría, 75% trabajaban en el SUS y 70,8% tenían carga horaria superior a 40 horas semanales. Los que se graduaron hace menos de 10 años valorizaron más los laboratorios farmacéuticos como forma de actualización que los graduados hace más de 30 años; el 33% de los médicos del SUS atienden a más de cinco pacientes por hora. El promedio de acierto en los casos clínicos fue de 86,6%. El uso de las entidades médicas como forma de actualización fue asociado a respuestas correctas, mientras que el uso de materiales de laboratorio, a respuestas incorrectas (p<0,05). Hubo clara tendencia a la reducción de los aciertos conforme aumentaba el número de pacientes atendidos por hora. Conclusiones: Educación adecuada sobre el tema y mejora en las condiciones de trabajo pueden ser eficientes para reducir la prescripción de antibióticos en IVAS.