Resumo Apesar do crescente interesse pela dimensão da religiosidade na área da saúde, muçulmanos têm sido negligenciados pelo campo psi. Por um lado, profissionais pouco conhecem essa religião e seus seguidores; por outro, a população muçulmana cresce tanto pelas reversões quanto por imigração/refúgio, e adentra nas clínicas psicológicas. Para suprir tal descompasso, este artigo tem como objetivo apresentar pontos de atenção a serem considerados quando se trata da saúde mental de mulheres muçulmanas e das especificidades do cuidado direcionado a elas. Para tanto, tomou-se como disparador a série turca 8 em Istambul, que expõe os meandros de um atendimento psicológico a uma mulher muçulmana que usa hijab, o véu islâmico. A análise do corpus fez emergir três eixos reflexivos, que apontam: (1) a necessidade de psicoeducação da comunidade muçulmana diante das tensões e dos estigmas cristalizados; (2) o etnocentrismo e a islamofobia como obstáculos ao processo psicoterapêutico; e (3) a importância da escuta sensível para uma prática psicológica aberta à diversidade cultural-religiosa. Este estudo, em confluência com pesquisas etnográficas conduzidas em campo islâmico brasileiro, permite destacar possibilidades, desafios e aspectos éticos da relação entre religião e cuidado em saúde mental. psi lado seguidores outro imigraçãorefúgio imigração refúgio imigração/refúgio psicológicas descompasso elas tomouse tomou Istambul hijab reflexivos apontam 1 (1 cristalizados 2 (2 psicoterapêutico 3 (3 culturalreligiosa. culturalreligiosa cultural religiosa. religiosa cultural-religiosa estudo brasileiro possibilidades (
Abstract Despite the growing interest in the dimension of religiosity in the health area, Muslims have been neglected in the psychology field. Mental health professionals know little about this religion and its followers. However, the Muslim population is growing, both through reversions and immigration/refuge, leading them to seek psychological care services. To address this divergence, this article aims to present points that should be considered about Muslim women’s mental health. To this end, we considered the Turkish series Ethos, which depicts the psychotherapeutic process of a Muslim woman who wears the hijab, the Islamic veil. The analysis of the corpus led to three axes, pointing to (a) the need for psychoeducation of the Muslim community in the face of tensions and stigmas; (b) ethnocentrism and Islamophobia as obstacles to the psychotherapeutic process; and (c) the importance of sensitive listening for a psychological practice open to cultural-religious diversity. The study, in confluence with ethnographic research conducted in the Brazilian Islamic field, allows us to highlight possibilities, challenges, and ethical aspects of the relationship between religion and mental health care. area field followers However immigrationrefuge immigration refuge immigration/refuge services divergence womens women s end Ethos hijab veil axes (a stigmas b (b c (c culturalreligious cultural religious diversity study possibilities challenges