RESUMO Introdução: A concussão cerebral (CC) é considerada prioridade em saúde pública devido à sua alta incidência e taxa de morbidade. Há necessidade de identificação rápida, diagnóstico acurado e manejo correto após essas lesões, com objetivo de reduzir problemas de curto e longo prazo. O conhecimento apropriado da população, atletas e de clínicos é primordial para que isto seja alcançado. Objetivos: Avaliar o nível de conhecimento autorrelatado sobre CC, descrever lacunas/equívocos e identificar variáveis correlacionadas com este nível. Métodos: Foi realizada uma pesquisa descritiva transversal. O Questionário de Conhecimento sobre Concussão Cerebral (QCCC) criado foi amplamente distribuído. Pontuações totais e parciais em domínios e porcentagens de respostas corretas e incorretas foram calculadas para obter o nível de conhecimento sobre CC. Resultados: A amostra foi formada por 1.247 brasileiros adultos (41,7±11,8 anos). Pontuações parciais do QCCC revelaram baixo nível de conhecimento, principalmente em questões sobre recuperação e manejo. Observou-se correlações moderadas entre a pontuação no QCCC e a profissão dos participantes (p=0,312, P=0,00) ou conhecimento prévio sobre CC (p=0,489, P=0,00). A regressão linear múltipla mostrou que a idade, profissão e prática de esportes podem ser preditoras do conhecimento sobre CC. Conclusão: Esse primeiro estudo a analisar o nível de conhecimento sobre CC em uma amostra de adultos brasileiros sugere baixo conhecimento e equívocos sobre esta condição. Assim, informações úteis e significantes foram fornecidas para o desenvolvimento de programas de educação em saúde sobre CC para o público, com objetivo de melhorar a identificação rápida e o manejo correto de concussões.
Abstract Background: Brain concussion (BC) is seen as a public health priority due to its high incidence and morbidity rate, among thousands of people around the world. There are needs for fast identification, accurate diagnosis and correct management in order to reduce the short and long-term problems relating to BC. Proper knowledge of BC in the population and among clinicians is a critical factor in achieving this. Objectives: To evaluate the level of self-reported BC knowledge and gaps/misconceptions, and to identify variables correlated with this level. Methods: A cross-sectional descriptive survey was performed. A Brain Concussion Knowledge Questionnaire (BCKQ) that had been created to capture data was widely distributed. Total scores, domain partial scores and percentages of correct and incorrect answers were calculated to ascertain the level of knowledge relating to BC. Results: The sample was formed by 1,247 Brazilian adults (age: 41.7±11.8 years). Partial scores of the BCKQ revealed the existence of poor knowledge and misconceptions in all domains of the questionnaire, especially regarding questions about recovery from and management of BC. Moderate correlations between BCKQ scores and professions (p=0.312; P=0.00) or previous brain concussion knowledge (p=0.489; P=0.00) were observed. In a multiple linear regression model, age, profession and sports practice were predictors of BC knowledge. Conclusion: This first study to analyze the level of BC knowledge in a sample of Brazilian adults suggests that poor knowledge and misconceptions are present. Thus, meaningful and useful information was provided by this study for developing health education programs about BC for the population in order to improve fast diagnosis and correct BC management.