OBJETIVO: Avaliar a resposta imune humoral do esquema de pré-exposição da raiva humana realizado pelas vias intramuscular e intradérmica e a necessidade de sorologia de controle. MÉTODOS: Estudo de intervenção controlado e randomizado, realizado em São Paulo, SP, em 2004-2005. Foram recrutados 149 voluntários, dos quais 127 (65 intradérmica e 62 intramuscular) completaram o esquema de vacinação e realizaram avaliação da resposta imune humoral dez, 90 e 180 dias após o término da vacinação. Foram considerados dois desfechos para a comparação entre as duas vias de aplicação: a média geométrica do título de anticorpos neutralizantes e a proporção de indivíduos com títulos satisfatórios (> 0,5 UI/mL) em cada momento de avaliação. Foi analisada a associação da resposta humoral com dados antropométricos e demográficos por meio de teste de médias e qui-quadrado com correção de Yates. Após a conclusão do esquema foram feitas a comparação da proporção de soropositivos pelo teste de Kruskall Wallis e a comparação dos títulos médios por análise de variância. RESULTADOS: Os títulos médios de anticorpos foram maiores nos indivíduos que receberam as vacinas por via intramuscular. A percentagem de voluntários com títulos satisfatórios (> 0,5 UI/mL) diminuiu com o tempo em ambos os grupos, porém, no grupo que recebeu as vacinas por via intradérmica, a proporção de títulos satisfatórios no dia 180 variou de 20% a 25%, enquanto pela via intramuscular variou de 63% a 65%. Não se observou associação da resposta imune humoral com as variáveis demográficas ou antropométricas. CONCLUSÕES: A sorologia após a terceira dose pode ser considerada desnecessária em indivíduos sob controle quanto à exposição, uma vez que 97% e 100% dos voluntários vacinados, respectivamente por via intradérmica e pela via intramuscular, apresentaram níveis de anticorpos satisfatórios (> 0,5 UI/mL).
OBJECTIVE: To evaluate the humoral immune response to the pre-exposure schedule of human rabies vaccination through intradermal and intramuscular routes, as well as the need for serological monitoring. METHODS: A randomized and controlled intervention study was carried out in São Paulo, Southeastern Brazil, from 2004-2005. There were 149 volunteers, of which 127 completed the vaccination schedule (65 intradermal and 62 intramuscular) and underwent humoral immune response evaluation at ten, 90 and 180 days post-vaccination. Two outcomes were considered for comparing the two routes of administration: the geometric average of neutralizing antibody titers and the proportion of individuals with satisfactory titers (> 0.5 IU/mL) at each evaluation point. The association of the humoral immune response with anthropometric and demographic data was analyzed through a normal distribution test and a chi-square test with a Yates correction. After completion of the vaccination schedule, the proportion of seropositive results was compared by the Kruskall Wallis test, and the average titers were compared by variance analysis. RESULTS: the average antibody titers were higher in patients who were vaccinated intramuscularly. The percentage of volunteers with satisfactory titers (> 0.5% IU/mL) decreased over time in both groups. However, in the group vaccinated intradermally the rate of satisfactory titers on day 180 ranged from 20% to 25%, while the intramuscular route varied from 63% to 65%. An association between the humoral immune response and the demographic and anthropometric variables was not observed. CONCLUSIONS: Serology after the third dose can be considered unnecessary in unexposed patients, since 97% and 100% of volunteers respectively vaccinated by the intradermal and intramuscular route presented satisfactory antibody levels (> 0.5% IU/mL).
OBJETIVO: Evaluar la respuesta inmune humoral del esquema de pre-exposición de la rabia humana realizado por las vías intramuscular e intradérmica y la necesidad de serología de control. MÉTODOS: Estudio de intervención controlado y aleatorio, realizado en Sao Paulo, Sureste de Brasil, en 2004-2005. Fueron reclutados 149 voluntarios, de los cuales 127 (65 intradérmica y 62 intramuscular) completaron el esquema de vacunación y realizaron evaluación de la respuesta inmune humoral 10, 90 y 180 días posterior al término de la vacunación. Fueron considerados dos resultados para la comparación entre las dos vías de aplicación: el promedio geométrico del título de anticuerpos neutralizantes y la proporción de individuos con títulos satisfactorios (> 0,5 UI/mL) en cada momento de la evaluación. Fue analizada la asociación de la respuesta humoral con datos antropométricos y demográficos por medio de prueba de medias y chi-cuadrado con corrección de Yates. Posterior a la conclusión del esquema fueron realizadas la comparación de la proporción de seropositivos por la prueba de Kruskall Wallis y la comparación de los títulos promedios por análisis de varianza. RESULTADOS: Los títulos promedios de anticuerpos fueron mayores en los individuos que recibieron las vacunas por vía intramuscular. El porcentaje de voluntarios con títulos satisfactorios (> 0,5 UI/mL) disminuyó con el tiempo en ambos grupos, sin embargo, en el grupo que recibió vacuna por vía intradérmica la proporción de títulos satisfactorios en el día 180 varió de 20% a 25%, mientras que por la vía intramuscular varió de 63% a 65%. No se observó asociación de la respuesta inmune humoral con las variables demográficas o antropométricas. CONCLUSIONES: La serología posterior a la tercera dosis puede ser considerada innecesaria en individuos bajo control con respecto a la exposición, una vez que 97% y 100% de los voluntarios vacunados, respectivamente por vía intradérmica y por la vía intramuscular, presentaron niveles de anticuerpos satisfactorios (> 0,5 UI/mL).